quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Violência e Sistema Prisional no Cinema

 

carandiru 2

Bom ano de 2013 a todos que acompanham o blog do CineHistória! Neste ano daremos continuidade as postagens sobre as nosso projeto, cujo tema para esse biênio 2012-2013 é Mídia, sociedade e violência urbana. Como já foi esclarecido em outras oportunidades, dividimos nosso cronograma em cinco etapas, sendo que em 2013 trabalharemos as três últimas: violência e corrupção social, violência e tráfico de drogas, e por último violência e escola. No ano passado, discutimos durante o primeiro semestre o eixo temático Violência e desigualdade social, onde exibimos os filmes Cidade de Deus e Ônibus 174. Sobre esse assunto já fizemos uma postagem, expondo o processo de trabalho junto aos alunos.

Nesta publicação, o objetivo é relatar resumidamente como foi efetivado o trabalho com o eixo de discussão violência e sistema prisional, abordado no segundo semestre do ano passado.

Como fizemos com o primeiro eixo, escolhemos dois filmes para nortear a discussão: Carandiru (ficção baseada em fatos reais) e O prisioneiro da grade ferro (documentário). A ideia é também trabalhar a percepção do aluno para a questão do gênero, e estimular a discussão em torno da veracidade do que está sendo exposto na tela, bem como debater as diferenças de objetivo entre uma produção ficcional e um documentário.

Carandiru

prisioneiro da grade de ferro 3

Bem, antes da exibição dos filmes, fizemos uma discussão do tema com os alunos, onde o foco elementar era a relação entre o sistema prisional brasileiro e a violência. Até onde o nosso sistema prisional funciona, no sentido a que ele se propõe legalmente: reeducar o preso? Seria ele na verdade um formador de novos criminosos, ou pelo menos um potencializador do aumento da violência? As leis, a estrutura do poder judiciário e as péssimas condições dos presídios foram os tópicos mais abordados nas discussões que também se estenderam para depois das exibições dos filmes. Mais uma vez agradeço a boa vontade dos alunos em assistir aos filmes, ao núcleo gestor do CEJA pelo empenho na realização das atividades e aos colegas professores, sem os quais o projeto não existiria.

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Bem, para finalizar, faremos aqui a divulgação dos textos vencedores do concurso de redação sobre o primeiro eixo temático Violência e desigualdade social. Só lembrando! Ao final das discussões coordenadas pelos professores de História, e a posterior exibição dos filmes, os professores de Língua Portuguesa e Redação, Gorete e Anderson, orientam os alunos na produção de um texto dissertativo, onde possam registrar suas impressões e opiniões à respeito do que foi trabalhado. Posteriormente, são escolhidas as melhores redações de cada sala e as expomos em um painel no pavilhão da escola. Desses, premiamos os mais votados por uma comissão de professores. Foram eles:

Violência na cidade

A violência urbana é algo que está presente em todas as cidades do país. Ela tem várias causas, como brigas entre vizinhos, discriminações de pessoas consideradas diferentes das outras, como negros, homossexuais, etc.

A violência nas cidades também é causada pelo tráfico de drogas aliado a um sistema econômico que mais exclui do que inclui. Quer dizer, pessoas de baixa renda que não têm condições de adquirir bens materiais, como: carros importados, roupas de marca, casas de luxo; daí então começam a ser traficantes para mudar de vida social.

Hoje no Brasil, a violência se espalha também pelas cidades do interior, pois os grupos criminosos procuram por novos territórios. Além disso, eles também absorvem os problemas típicos das grandes metrópoles, como a degradação moral. É preciso uma reforma política e social. Essa ação depende do estado e também da sociedade.

Terezinha Pedrosa Ferreira

Ensino Fundamental /Turma B

Violência e Desigualdade Social

A desigualdade social é um fator muito relevante para que haja violência em grande parte do país, por trazer vários conflitos entre pobres e ricos.

Em alguns casos, os ricos zombam de seus inferiores que se revoltam e batem ou até matam. Muitos dos jovens, por serem de classe alta, perseguem os que têm menos dinheiro.

Essa violência ocorre também de forma contrária. Alguns jovens de família mais humilde se revoltam por não terem um prato de comida melhor em suas mesas ou dinheiro suficiente para o estilo de vida dos demais e acabam agindo com total violência com a população em geral.

Muitos praticam a violência por prazer: matam, roubam, espancam, não por serem de classe baixa, e sim porque gostam. Se as autoridades tomassem providência com punições mais coerentes; bons empregos, por exemplo, seria uma boa ação, e a violência seria menos praticada.

Veronica Costa de Sousa

Ensino Médio/Turma I

Violência e Desigualdade social

A desigualdade social é uma das maiores causas de violência, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Muitas pessoas de classe baixa entram no mundo do crime por falta de oportunidade e conhecimento.

Existem muitas crianças nas ruas usando drogas, prostituindo-se e praticando roubos. Muitos jovens estão nessa mesma situação, às vezes até cometendo crimes como estupros, assassinatos e sequestros; e tudo isso acontece por causa da desigualdade social.

Se existissem abrigos e empregos para todas essas pessoas saírem das ruas e trabalharem, talvez amenizasse essa situação. Mas para que isso aconteça alguém tem que olhar com bons olhos para entender o que está acontecendo com o Brasil e como podemos resolver esses problemas.

O fato é que as autoridades políticas e as pessoas de uma maneira geral não fazem nada para que essa realidade mude. Onde iremos parar com tanta injustiça? Pois sabemos que se a realidade continuar como está, muitos dos nossos jovens não passarão dos trinta anos.

Ana Paula Ferreira da Silva

Ensino Médio/Turma I

Ao final desse processo realizamos uma pequena cerimônia (como pode ser visto nas fotos abaixo), onde entregamos os prêmios.

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Até a próxima postagem!

12 comentários:

  1. Desejo, de inicio, um 2013 repleto de saúde a todos que sempre acreditaram no Cinema como uma linguagem no ensino que possibilita a articulação entre o currículo e o conteúdo imagético discutido. E se alguém ainda tem alguma desconfiança, ou acha que o Cinema não pode ser usado como ferramenta pedagógica é só acessar a página do projeto História e Cinema que logo mudará de opinião. 2012 foi proveitosíssimo e tenho a expectativa que este ano será mais ainda. Os três últimos eixos: violência e corrupção social, violência e tráfico de drogas, e por último violência e escola. São temas que prometem muitas discussões e que vão enriquecer aqueles que acompanharem o debate. No que tangem ao eixo violência e sistema prisional, sem dúvida, foi uma abordagem proveitosa, os dois filmes que nortearam o debate (Carandiru e o Prisioneiro da Grade de Ferro), além de estarem literalmente conotados com o tema proposto, trouxeram uma série de questões relevantes, como, por exemplo, a ardente realidade dos presídios brasileiros, entre outros olhares.

    Valdir.

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    1. Obrigado pelo comentário, Valdir. São discussões realmente muito oportunas, visto que a violência não para de aumentar. Isso é uma condição histórica, não um fato natural. Construímos essa situação e acredito que possamos revertê-la. Mas temos que primeiro discuti-la. E a escola precisa ser um ambiente em que esse tipo de debate seja feito. Estamos usando o cinema como ferramenta de estímulo para que isso aconteça. Até mais!

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    2. Também corroboro com a tua ideia, Josemar. A violência é uma condição histórica, visto que é uma realidade que atravessa milênios e esteve presente em todas as sociedades, independentemente de classe social. E hoje não é diferente, a violência não escolhe classe social. O cinema é vital para compreendermos essa contextualização, constituindo-se numa ferramenta onde nos permite fazer uma “viagem” pelo espaço geográfico, e a partir disso, podemos ver os entreatos, já que a violência não acontece por acaso, ela é produzida. Quem, como, por quem, por quê?

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    3. Comentário feito por Valdir!

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  2. O CEJA está de parabéns por ter dado continuidade a esse processo inflamado do SISTEMA PENITENCIAL BRASILEIRO, eu estou fazendo estudo sobre corrupção e violência e fragmentos sociais que se tornam graves no meio social e político, não só do Brasil, mas no mundo. Eu gostaria que o nosso querido EDUCADOR,Josemar de Medeiros Cruz, abrice um poquinho mais o leque e colocasse apenas dois filmes solicitado por mim :
    1) A CELA 211, onde veremos cenas de dor e risco a quem gostaria de trabalhar e reeducar o sistema. 2) era um filme que não quero dar o nome completo é sobre o grande agente culpado,e sem provas até que a MONOGRAFIA de um estudante checa com levantamentos e chega a conclusao, que é o verdadeiroa assasino de uma personlidade do meio político,fica concluido. É uma produção para mostrar, estudar e interpretar, é coisa de quem tem mente, e faz descobertas, uma riqueza para os estudantes, do CEJA e todo equipe.

    Abraços a grande diretora, Maria do Carmo, Tia Lurdes e Ledinha,
    Adriano, grande figura. Tony & Cia.

    I'm the poet, ZS, yes!!! I am BIG STYLE!!!
    The Center Culture - Zé Santana...
    I' am in cine CHAPLIN too MESTRE, MESTRIM.
    educador, Josemar de Medeiros Cruz,
    The Wold, is The Movie,
    Arte, espetáculo, show vida e educação e saúde, embrece...ZS, Yes!!!, ok?

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    1. Zé, você sempre contribuiu muito para o nosso projeto. Obrigado pelas sugestões. São boas dicas, com certeza. Acho ótimo que você esteja estudando a corrupção no Brasil, pois a violência também é, certamente, resultado dela. Indico um filme para você que trata dessa relação: "Manda Bala".
      abraço!

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    2. Nãom precisa Josemar de Medeiros falar desse filme que não sei se realmente existe, essa tal de "MANDA BALA." será se isso não foi uma piada de mau gosto? Mesmo que existe esse filme não desejo assitir, eu tenho vinte na frente, ever resultado de solução pelo QI, onde os escritos como a MANOGRAFIA, resolveram a investigação de filme, que nós nunca vamos assistir juntos, pois já me despedi do CEJA e agora do CHAPLIN ( Chá e Cinema). Estou agora no MESTRE, MESTRIM, individualmente, e vou levar esses conhecimentos não é para BREJO SANTO, aqui já fiz demais, nunca ganhei nada comm isso, meus ensimantos na grande arte vai para MILAGRES, em primewira mão, onde o ADMINISTRADOR, HELOSMAN, É NOTA 1000!!! e o prefeito TARDIME, em nossa querida MISSÃO VELHA,

      Tendo dito, entreguei a educação a vocês do CEJA, do Sonho Meu e outros locais de Brejo Santo, estou a todo vapor em 10 cidades e na bela capital, Natal, RN.
      I am the poet, in dimension tecnológica,
      estudos e pesquisne in home world,
      ZS, Yes!!!
      THE CENTER CULTURE - ZÉ SANTANA...

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    3. Zé, obrigado por mais um comentário no blog CineHistória. Foi muito bom ter contado com a tua participação durante esses quatro anos. Zé, vou tentar esclarecer alguns mal entendidos. Primeiramente colocarei o comentário que fiz sobre tua postagem:
      “Zé, você sempre contribuiu muito para o nosso projeto. Obrigado pelas sugestões. São boas dicas, com certeza. Acho ótimo que você esteja estudando a corrupção no Brasil, pois a violência também é, certamente, resultado dela. Indico um filme para você que trata dessa relação: "Manda Bala". abraço!
      (citação do blog)

      Zé, o comentário de Valdir ficou primeiro que o teu porque o blog recebeu esse primeiro, não fiz interferência alguma. Agradeci as tuas sugestões e elogiei o fato de você estar estudando a corrupção no Brasil, assim como sempre elogiei os teus trabalhos e os incentivei, não posso acreditar que você não reconheça isso. Bem, mais uma coisa, o filme Manda Bala (documentário) não foi uma piada de mau gosto como você escreveu no blog. Trata-se, no entanto, de um filme espetacular que mostra como a corrupção no Brasil contribui para o aumento da violência. É uma pena, Zé! Esse filme é tão contundente que nem chegou a ser exibido no Brasil por causa de pressões políticas.
      Agradeço em nome do CEJA a tua contribuição.
      Agradeço também a tua companhia no projeto Chá com Cinema.
      Um abraço. Adeus!!!

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  3. Achei muito interessante a relação do projeto com a disciplina de Português. Já que muitos alunos têm dificuldade em produzir textos, é uma maneira eficaz de estimulá-los a escrever sobre um fato tão relevante, a violência, no momento em que estão participando de discussões e tendo acesso a informações sobre o tema abordado. Parabéns mais uma vez! Professora Sandra.

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    1. Obrigado professora Sandra. Esse é um dos objetivos do projeto: estimular a produção textual, permitindo aos alunos a oportunidade de exercer a reflexão e a prática da escrita como consequência disso. A interdisciplinaridade nesse caso é um foco que não podemos perder de vista. Valeu!

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  4. Sempre acompanho as atividades desse projeto, que diga-se de passagem é um trabalho interessantíssimo, mas nunca comentei. Não vejo o motivo de tanta insatisfação desse tal de Zé Santana, que se diz ser escritor, poeta entre outras ocupações, que ele mesmo se auto intitula, mas ele nem sabe escrever corretamente. Zé Santana, te aconselho a fazer um curso de português. Vejo que o projeto é coisa séria, mas devido a pessoas como você, isso corre o risco de baixar o nível. Procure se tratar da mente, aqui não é lugar para isso! Se cuida.

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    1. Obrigado pelo comentário. Agradeço também pelo fato de você sempre estar acompanhando as atividades do projeto publicadas aqui no blog. Espero outros comentários. Você não se identificou (espero que faça isso em outros comentários), mas reintero, concordando com você, que lamento o comentário do José Marcelino da Rocha (Zé Santana). Em breve estarei postando notícias sobre as atividades do projeto Planejando com Cinema. Aguarde e até mais!

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