sábado, 21 de julho de 2012

Violência e Desigualdade Social

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Bem, para quem está acompanhando a evolução do nosso tema esse ano no CEJA Joaquim Gomes Basílio, esta postagem marca o encerramento das atividades do primeiro eixo de discussão: violência e desigualdade social. Os filmes exibidos foram Cidade de Deus e Ônibus 174. Com base nos textos distribuídos entre os professores, os vídeos e o próprio material didático utilizado em sala de aula, procuramos afastar a relação direta que se faz muitas vezes entre violência e pobreza. A questão é: o indivíduo não é violento porque é pobre. No entanto, em que sentido, a extrema desigualdade social é um estímulo à violência? Alba Zaluar diz que “se assim o fosse todos os pobres seriam necessariamente criminosos e todos os criminosos seriam pobres”. O sociólogo mineiro Edmundo Campos Coelho desenvolveu uma pesquisa nesse sentido e mostrou que quando se aumenta o desemprego, por exemplo, o problema da violência não se agrava. Mas a ambiência de injustiça e a plena certeza de impunidade contribuem para o aumento dos atos criminosos. Como? Esse foi um ponto chave de nossas discussões.

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No que se refere a problemática do senso de impunidade, da atmosfera de um estado que não pune exemplarmente o ato delituoso, ou que manifesta certa ambivalência em relação ao comportamento criminoso, deixaremos para discutir mais na próxima postagem, já que será nosso foco no eixo violência e sistema prisional; mas é importante ressaltar que a desigualdade social também é pensada por esse prisma, posto que estatisticamente os crimes cometidos por pessoas classificadas como pertencentes a camadas inferiores na escala material são punidos com mais freqüência; o que, na visão de alguns estudiosos do assunto, contribui para aumentar o desrespeito pela ordem constituída.

Hobbes, tratando da questão contratualista, afirma que entre o Estado e a sociedade existe um acordo implícito, em que as pessoas cumprem a lei na esperança de que os seus direitos sejam garantidos pelo governo, ou seja, a lei, quando é cumprida, não o é pelo simples fato de existir, mas porque no estágio moderno da organização social humana, a coletividade usufrui a contraparte do sacrifício oferecido contra sua individualidade. Então chegamos a questão imperativa para nós nesse momento: nesses grupos sociais em que é gestado um corpus juris paralelo, um estado dentro do Estado, há esperança na troca simbiótica pensada por Hobbes? Acho, sinceramente, que essa pergunta precisa ser respondida antes do aparelho repressor começar a “funcionar”.

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Bem, faço agora um apanhado das atividades do eixo violência e desigualdade social, que compõe junto com quatro outros sub-temas o programa de 2012-2013, que tem como matriz geral o tema Mídia, Sociedade e Violência Urbana. No entanto, antes de entramos propriamente no assunto da postagem, quero fazer menção a algo de substancial importância: a troca de alguns professores que estão trabalhando as atividades ligadas ao projeto junto aos alunos.

Devido ao processo de seleção de professores ter avançado em alguns meses do período letivo, a substituição das professoras que estavam iniciando as atividades conosco causou algum atraso em nosso cronograma, posto que tive que fazer a apresentação do projeto para os novos docentes e uma outra turma de alunos que não estudavam antes na sede do CEJA e agora estão conosco participando do projeto.

DSC01617Fiquei muito contente com a receptividade dos novos professores as idéias e senti que houve um interesse imediato pelo tema. Reuni-me por área com os novos professores, pois cada disciplina tem uma participação específica. Comecei com os novos professores do Laboratório de Informática, Adriano de Jesus Lima e José Paulo dos Santos, que tem a importante missão de coordenar o processo de digitação das opiniões dos alunos, onde os mesmos aproveitaram para introduzir os leigos no universo da informática, já que em nosso grupo de alunos, grande parte não tem acesso a computadores. E claro, agradeço mais uma vez a ajuda do amigo da escola José Marcelino da Rocha (Zé Santana) pela presença em nossas atividades, dando sugestões e puxando os debates aqui no blog.

DSC01587 Os professores Anderson Luiz Vale Fonseca e Maria Gorete Fonseca ficaram responsáveis por dar o suporte na disciplina de Português e ajudarem os alunos a produzir os textos sobre cada eixo de discussão. Os textos serão elaborados seguindo os gêneros textuais que estiverem sendo trabalhados por eles dentro das aulas de Português. Ficando a cargo da professora Socorro Inácio, como já foi mencionado na postagem anterior, a missão de coordenar as atividades dessa área, inclusive da escolha dos textos que serão premiados ao final de cada eixo.

DSC01589Bem, para trabalhar as discussões da área de ciências humanas, História, Geografia, Filosofia e Sociologia, foram convidados os professores Thiago Henrille Gomes Maia e Elita Maria Alves de Macêdo Cavalcante, que atuarão mais efetivamente durante as atividades do tema desse ano, já que eles vão puxar os debates durante as suas aulas e acompanharão os alunos nas exibições dos filmes.

DSC01592 Acho que agora podemos voltar para o relatório de nossas atividades nesse primeiro eixo de discussão. Após o trabalho em sala de exposição do tema e debates, exibimos o primeiro filme de nosso programa para esse ano: Cidade de Deus. Por coincidência, o filme foi exibido praticamente na mesma data da comemoração dos seus 10 anos. Entre os dias 15 e 22 de maio, as turmas da EJA fundamental e da EJA médio assistiram a exibição do filme em nossa sala de cinema, que carinhosamente chamamos de CineHistória.

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Mas é claro, antes da exibição, os professores envolvidos no projeto discutiram o assunto com os alunos, direcionando as atividades para um maior aproveitamento. Após a exibição, começaram os debates. É bom frisar que a partir da exibição do filme, a discussão ganha um outro corpo, pois passamos a analisar aquilo que o filme expôs, mas fundamentando naquilo que foi proposto como eixo de discussão. Sendo assim, além de estarmos explorando a relação entre desigualdade social e violência, utilizamos a obra de arte, nesse caso o cinema, para estimular nossos alunos a ter uma atitude crítica diante do recurso audiovisual.

DSC01660Para finalizarmos o trabalho do primeiro sub-tema, exibimos o filme de José Padilha, o documentário Ônibus 174. Escolhemos esse filme para encerrarmos a discussão porque explorando um evento mais específico, ele acaba dando vazão a toda gama de assuntos que discutimos durante o trimestre, principalmente a ideia do condicionamento violento vinculado a condição material da pessoa. Mas, o espetáculo midiático em que se transforma o evento nos permitiu perceber como os atos de violência, a partir dos dramas individuais e coletivos, são usados pelos meios de comunicação para manipular a opinião pública.

Passadas essas etapas, encaminhamos o trabalho para a disciplina de Português, que ficou responsável pela produção dos textos com os alunos. Pedimos para que os professores Anderson e Gorete orientassem seus alunos a produzirem um texto sobre o eixo Violência e Desigualdade Social, e uma opinião sobre um dos dois filmes que foram expostos: Cidade de Deus e Ônibus 174. Na volta das aulas em agosto, exporemos os melhores textos e premiaremos os destaques. Farei aqui uma postagem com o resultado dessa culminância. Até lá, então!

Mas, antes de finalizar não posso deixar de relatar aqui outra importante atividade de nosso projeto: a parceria com a escola de Ensino Fundamental João Teles de Carvalho. Através da professora Socorro Inácio (coordenadora da área de Português do Projeto História e Cinema no CEJA) seus alunos estão fazendo também as discussões que estamos propondo. Instigados pela professora Socorro Inácio, eles estão seguindo as mesmas etapas que propomos para os alunos da Educação de Jovens e Adultos com pequenas adaptações para a sua idade e série. Ao final das discussões, eles são convidados a se dirigirem as dependências do CEJA para assistirem as exibições em nosso CineHistória.

DSC01995A professora Socorro Inácio irá auxiliá-los na produção textual e posterior publicação em nosso blog. Agradeço a presença de todos em junho para a exibição de Ônibus 174. E aguardo dos textos de vocês!

DSC02007Pessoal, obrigado pela leitura. No próximo eixo discutiremos a relação entre a violência e o aparelho repressor. Até a próxima!

domingo, 22 de abril de 2012

10 anos do CEJA e 10 000 acessos ao blog

CEJA Joaquim Gomes Basílio – 10 anos oportunizando o saber

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Essa é uma postagem de agradecimento. Obrigado a todas as pessoas que até o presente momento acessaram o nosso blog. Em especial aqueles que dedicaram alguma parte de seu precioso tempo para a leitura atenta dos textos aqui postados. Aqueles que se dispuseram a deixar um comentário, uma sugestão, uma crítica; continuem a fazê-lo, pois precisamos desse estímulo.

Bem, completamos 10 000 acessos a nossa página. No universo da internet, sabemos ser pouco relevante, mas foi uma primeira etapa que cumprimos. Novos alunos estão se engajando nos trabalhos a partir deste ano, outros professores vem se somar a nossa equipe. Com isso a repercussão de nossas atividades vem aumentando e com certeza o blog do CineHistória atrairá mais leitores. Pois bem, por coincidência o CEJA Joaquim Gomes Basílio, uma das escolas em que sediamos as atividades do projeto História e Cinema está completando 10 anos de funcionamento como centro de educação de jovens de adultos. De uma maneira geral, a escola já funciona há mais de quatro décadas, no entanto a partir de 2002 passou a funcionar apenas com a modalidade de jovens e adultos, atendendo a demanda que a região apresenta para essa metodologia de ensino.

Desde 2009, desenvolvemos o projeto História & Cinema nessa Escola, e contamos com o apoio irrestrito de todo o núcleo gestor e demais funcionários. Assim, em forma de agradecimento, prestamos essa singela homenagem ao CEJA, abrindo espaço aqui no blog para contar um pouco da história da instituição e da importância que ela ocupa no universo educacional de Brejo Santo.

Uma pequena história do CEJA de Brejo Santo

A Escola Joaquim Gomes Basílio foi construída em 1966, em terreno doado pela prefeitura, na administração do Sr. Juarez Leite Sampaio, para o Governo do Estado do Ceará, representado na época pelo Sr. Virgílio Távora. A verba para a construção veio do Projeto Aliança para o Progresso, mantida pelos Estados Unidos da América, por isso a planta inicial foi projetada e edificada com a parceria de engenheiros estadunidenses e brasileiros. O terreno era alagadiço, com área de 1.405 metros quadrados. A construção, com área de 736 metros quadrados, foi adaptada ao terreno e nunca apresentou problema na estrutura. Contava com cinco salas de aula, cinco banheiros masculinos, cinco banheiros femininos, um pavilhão coberto, uma diretoria e uma secretaria.

ceja DSC01568 A escola foi inaugurada em 1967, com o nome de Escola Joaquim Gomes Basílio, oferecendo ensino primário (1ª a 4ª série), de acordo com a legislação vigente, com um número de 150 alunos aproximadamente. Com o passar dos anos, a escola passou a oferecer o Ensino Fundamental completo. O nome "Joaquim Gomes Basílio" é uma homenagem ao professor e político da cidade conhecido como Quinzô, que tinha uma inteligência admirável. Dominava integralmente o latim, o francês e o inglês e era brilhante em muitas disciplinas do currículo escolar.  Quinzô estudou no seminário de Fortaleza, depois voltou a Brejo Santo onde foi Prefeito Municipal de 1914 a 1916.

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A Escola foi dirigida inicialmente por Maria Marli Medeiros Gonçalves (1967 a 1989); por Maria Inês Landim (1990 a 1995) e por Maria do Carmo Pinheiro Sampaio Leite (1996 a 2001). Em 2001 a Escola Joaquim Gomes Basílio passou a ser Centro de Educação de Jovens e Adultos - CEJA Joaquim Gomes Basílio, dirigido por Antônio Laurentino Feitosa de 2001 a 2004. É importante ressaltar que os trabalhos como CEJA só iniciaram realmente em 2002. Entre os anos 2005 e 2008, a escola teve como diretora geral Maria de Fátima Lucena de Moura. Desde 2009 está de volta à direção Maria do Carmo Pinheiro Sampaio Leite, que também havia sido coordenadora pedagógica na gestão de Maria de Fátima Lucena de Moura. Atualmente o núcleo gestor é composto também por Maria Socorro Alves Patrício Moura e Francisco Josmey Miranda (coordenadores escolares) e Lourdes Rodrigues Santana de Oliveira (secretária).

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O CEJA atende nos três turnos. Conta com um espaço físico de nove salas de aula, uma quadra coberta, um pavilhão coberto, uma cantina ampliada, uma sala de multimeios, quatro salas para setor administrativo e pedagógico, banheiros masculino e feminino, banheiro para funcionários, um almoxarifado, dois laboratórios de informática, jardim e estacionamento fechado. Atende na modalidade de Educação de Jovens e Adultos do Ensino Fundamental e Médio, regime presencial, em que as aulas são regulares, e semi-presencial; neste caso o aluno estuda em casa e frequenta a escola para tirar dúvidas com os professores e serem avaliados.

DSC01555 DSC01559 DSC01560 DSC01556 Entendendo o semi-presencial

A modalidade semi-presencial é um sistema de ensino implantado no CEJA Joaquim Gomes Basílio desde 2002 e que vem proporcionando a jovens e adultos uma aprendizagem baseada na proposta do construtivismo, uma vez que o aluno aprende a partir da descoberta, da análise, da reflexão.

Os módulos são trabalhados da seguinte forma: fazendo uma comparação, no ensino presencial a aprendizagem se dá através de leituras em sala de aula sobre diversos conteúdos que estão incluídos nas competências e habilidades desenvolvidas durante todo o período letivo. Os professores acompanham os estudos, instigando os educandos a buscar respostas, a descobrir e construir o conhecimento. Já a modalidade semi-presencial é apresenta, em sua proposta, com estratégias diferenciadas. O discente ao fazer matrícula recebe orientação dos professores sobre o método de estudo, que possibilita ao aprendiz maior liberdade, já que é ele o condutor do seu estudo, escolhendo o tempo e o espaço para estudar: casa ou escola. O educando comparece à escola para ser avaliado ou para receber novas orientações de estudo, caso precise.

Além dos alunos regularmente matriculados nesta instituição de ensino, o CEJA também presta um relevante papel no sentido de atender aos alunos de outras escolas que estão cursando disciplinas em que não passaram por média nessas instituições no ano anterior. É o que a legislação chama de progressão parcial. Esses alunos, que, tendo ficado reprovados em até quatro disciplinas nas escolas em que estão regularmente matriculados, podem optar por matricular-se normalmente na série seguinte e cursar essas disciplinas no CEJA, dessa forma podendo prosseguir seus estudos sem que fiquem fora da faixa etária adequada.

O CEJA é uma instituição de ensino que oferece aos jovens e adultos, que muitas vezes são impossibilitados de concluir os estudos por diversos motivos ou fatores, oportunidades de demonstrar que são capazes de fazer suas histórias, de participarem como seres ativos da construção de um novo mundo.

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O Cursinho do CEJA

Em fevereiro de 2005, o CEJA Joaquim Gomes de Basílio, valendo das prerrogativas que a sua legislação específica permite, fincou a pedra fundamental de uma importante contribuição para o meio educacional de Brejo Santo: a Revisão de Estudos. Essa modalidade visa proporcionar aos egressos do Ensino Médio uma oportunidade suplementar para aprimorar sua educação curricular, e em especial, o conteúdo preparatório para o vestibular.

Conhecida pela sociedade brejossantense e circunvizinhanças como cursinho do CEJA, essa modalidade acabou proporcionando a escola uma relevante visibilidade no meio educacional e legou ao alunado uma perspectiva positiva no que se refere a sua entrada na universidade. Pessoas das mais diferentes idades retomaram seus estudos e muitas delas conseguiram a aprovação no vestibular.

Os números apresentam uma boa idéia da dimensão do sucesso da empreitada. Centenas de alunos freqüentaram as aulas, e desses, cerca de 200 obtiveram aprovação, e em alguns casos, para cursos concorridos de universidades públicas estaduais e federais. No entanto, o mais importante foi oferecer à comunidade escolar a chance de inserir-se novamente no ambiente educativo/institucional, sentir-se partícipe da produção intelectual do conhecimento e a elevação da auto-estima de uma parcela da sociedade que não pode viver à margem do ensino regular, seja em que nível ou modalidade o aluno se encontre.

O esforço somado de todos, professores, secretárias, núcleo gestor e demais funcionários foi essencial para o sucesso da missão, mas o CEJA faz um agradecimento especial a você estudante, que confiou no nosso trabalho, depositou esperança na nossa equipe e com esforço próprio, atingiu seus objetivos.

A melhor escola deve ser aquela em que estudamos. Felizmente, só depende de nós.

Entrevista com a Diretora Maria do Carmo:

DSC015531. Sempre foi uma curiosidade minha, e acho que do público em geral, saber como se efetivou a transição do Joaquim Gomes Basílio de escola regular para Centro de Educação de Jovens e Adultos. Como se deu exatamente esse processo? Pois como sabemos você fazia parte do núcleo gestor quando a mudança estava sendo articulada.

A escola de ensino fundamental Joaquim Gomes Basílio foi fundada em 2001. Como o processo de municipalização do ensino teve a sua missão extinta, dando-se início a uma luta para a transformação de instituição de ensino regular para Centro de Educação de Jovens e Adultos.

Conscientizada a comunidade escolar foi iniciado o projeto de transformação que ao ser aprovado, após inúmeras solicitações e concluindo os trâmites legais foi implantado o CEJA, preservando o mesmo nome Joaquim Gomes Basílio.

2. Você se colocou a favor ou contra a alteração e por quê?

Eu acredito sempre que mudanças e inovações no processo de educação são sempre bem vindas. E neste caso a implantação do CEJA no município de Brejo Santo somente trouxe a inclusão no processo educacional e vislumbrou uma perspectiva de projeção nunca vista no município de Brejo Santo. Por perceber todas essas circunstâncias eu sempre fui a favor.

3. É possível, ainda com menos de uma década de funcionamento, percebermos os frutos de um Centro de Educação de Jovens e Adultos na nossa cidade? Em outras palavras, qual a importância do CEJA para Brejo Santo?

É possível sim percebemos a importância dos frutos desse centro, haja vista o número de concludentes do ensino fundamental e médio, além da aprovação significativa nos vestibulares da região do cariri e da capital, a partir de seus estudos no regime semi-presencial, modulação e principalmente a Revisão de Estudos.

4. Certa parcela da sociedade brejossantense percebia o CEJA como uma escola que era frequentada basicamente por pessoas da terceira idade. Nos últimos anos isso vem se alterando. A que se deve essa mudança de percepção à respeito da escola?

Essa mudança vem se construindo ao longo desses oito anos devido a credibilidade que o CEJA alcançou, por conseqüência dos profissionais que nele trabalham, e que sempre manifestaram competência e compromisso na prática do processo ensino-aprendizagem. Hoje, o jovem cada vez mais vem beber na fonte do CEJA, porque sabe que aqui eles têm apóio tanto nas questões humanas como nos estudos.

5. Para finalizar, deixe uma mensagem para os alunos da escola. O que você espera deles e o que eles devem esperar do Centro de Educação de Jovens e Adultos Joaquim Gomes Basílio?

A minha mensagem é no sentido de reafirmar que acredito nessa instituição. Acredito que ela ainda trará grandes benefícios a nossa cidade e circunvizinhanças, pautada sempre na busca pela melhoria da educação e dos nosso alunos. Quero dizer aos mesmos que continuem acreditando nesse Centro de educação e acreditem muito em seus próprios sonhos, pois estamos juntos para realizá-los.

Localizando o CEJA:

Captura de tela inteira 1842012 131515.bmp Captura de tela inteira 1842012 131955.bmp Captura de tela inteira 1842012 132747.bmp Até a próxima postagem!

sábado, 7 de abril de 2012

Os alunos do CEJA conhecem o tema de 2012

DSC01411 DSC01429Durante o mês de março fizemos a apresentação do tema Mídia, Sociedade e Violência urbana para as turmas do EJA presencial da Centro de Educação de Jovens e Adultos Joaquim Basílio, na cidade de Brejo Santo. Essa é a primeira etapa dos trabalhos em contato direto com os alunos. É um momento especial, pois nele esclarecemos ao corpo docente todas as atividades que serão desenvolvidas ao longo do ano, e os convidamos para construirmos juntos um ambiente de aprendizado, onde possamos realmente refletir sobre o tema proposto, no intuito de tomarmos uma atitude efetiva no que se refere ao crescente nível de violência em nossa sociedade.

DSC01392 DSC01395 DSC01423 DSC01402No entanto, antes mesmo de apresentarmos o tema aos alunos e iniciarmos a exibição dos filmes, tudo foi planejado e repassado para os professores como já mencionei na postagem anterior. Não obstante, quero mencionar outro encontro super produtivo que tivemos no dia dois de março, quando debatemos os vídeos que seriam apresentados aos alunos. Além das professoras, estavam presentes os alunos colaboradores Tony Antonio dos Santos e José Marcelino da Rocha. Nesse encontro também fizemos o cronograma das exibições, que terão início no mês de abril, com o filme Cidade de Deus, dirigido por Fernando Meireles.

SAM_0705 SAM_0712Os debates também girarão em torno do material didático dos alunos, pois o livro de Sociologia adotado pela escola, Tempos Modernos, Tempos de Sociologia, de Raquel Balmant Emerique e Julia O´Donnell, trabalha o tema da violência em seu eixo Violência, crime e justiça no Brasil. Inclusive alguns dos filmes que iremos exibir são citados e trabalhamos pelo livro. Esses textos, e até mesmo questões de ENEM e vestibulares trazidos pelo livro serão discutidos em sala, o que torna nosso trabalho mais rico, pois adentramos um pouco no campo teórico, a partir das ideais de Michel Foucault, Eduardo Campos Coelho, Alba Zaluar e Luiz Antonio Machado da Silva.

chargeAproveito esta postagem para tratar de outra novidade para este ano. Atendendo prontamente a nossa solicitação, a professora Maria do Socorro Inácio dará um suporte fundamental na área de produção de texto, orientando as professoras envolvidas no projeto no que se refere aos gêneros textuais, pois queremos a partir de 2012 dar uma maior ênfase a produção textual dos alunos, como culminância dos debates, além, é claro, da postagem das opiniões no blog.

SAM_0655Bem, agora é começar efetivamente os trabalhos. Tudo devidamente discutido e apresentado, resta-nos encaminhar o processo e, claro, vamos divulgar cada etapa dele aqui no blog, com fotos, comentários, sinopses dos filmes e reflexões sobre os textos que serão discutidos. Aguardem.

Para finalizar quero explicar como subdividimos o tema Mídia, sociedade e violência urbana que iremos discutir ao longo do ano. Criamos cinco eixos de discussão: violência e desigualdade social, em que exibiremos os filmes cidade de Deus e ônibus 174; violência e sistema prisional, com as películas Carandiru e O prisioneiro da grade de ferro; violência e corrupção social, com tropa de elite 1 e 2; com os filmes Notícias de uma guerra particular e Quebrando o tabu, discutiremos a violência e tráfico de drogas e finalizando, traremos o debate para dentro das instituições de ensino, com o sub-tema violência e escola, onde exibiremos o filme Bullying Extremo.

charge 2 Aguardo a participação de todos. Até a próxima!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Mídia, Sociedade e Violência Urbana

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Sejam bem vindos mais uma vez ao blog CineHistória. Iniciamos 2012 com muitas ideias, esperando poder concretizá-las todas. Aos poucos, ao longo das postagens vou apresentando as novidades do nosso projeto, que já chega a seu quarto ano. Mas, de antemão quero explicar o cronograma de trabalho no CEJA Joaquim Gomes Basílio, pois nessa escola fizemos uma significativa mudança em nossa metodologia, que acredito, trará ótimos resultados. Eis o foco maior desse texto.

Quem vem acompanhando o blog, principalmente os alunos e companheiros de trabalho, sabem que fazíamos uma reunião mensal para definirmos o tema a ser discutido com os alunos e o filme a ser exibido. Claro que já tínhamos um esboço anual das atividades, mas havia a necessidade de apresentarmos o tema novo aos alunos, novos textos, etc., o que muitas vezes nos impossibilitava de trabalhar todos os filmes que desejávamos, pois temos que levar em consideração as outras atividades desenvolvidas na escola.

Pois bem, devido a essas e outras dificuldades, achamos por bem definirmos um tema anual, e ao longo de todo o período letivo, irmos trabalhando os subtemas a ele relacionados. Assim poderemos aprofundar nossas discussões e darmos uma atenção maior a produção dos alunos. Também poderemos perceber como vários filmes podem abordar o tema e como essa abordagem pode modificar a nossa maneira de vê-lo.

Em 2012 o tema será Mídia, Sociedade e Violência Urbana. Esse era um dos assuntos previstos para 2011, mas que o tempo não nos permitiu desenvolver. Assim preferi explorá-lo ao longo desse ano.

Não vou discorrer nessa postagem sobre os pormenores das discussões que faremos nos próximos meses, que será amplamente apresentado em textos posteriores, mas quero destacar aqui o espaço dado pelo CEJA ao Projeto História e Cinema em sua semana pedagógica. Mais precisamente no dia 10 de fevereiro, reunimos toda a equipe do CineHistória, professores, alunos colaboradores e coordenação geral, no intuito de debatermos as atividades a serem desenvolvidas esse ano. Comentamos os objetivos de cada subtema, falamos sobre os filmes a serem exibidos e apresentamos os textos que serão debatidos com os alunos.

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Aproveitei o encontro e lancei a proposta de efetivarmos esse ano a nossa já antiga ideia de montar um grupo de estudos da relação entre cinema e educação, o que foi recebido com otimismo pelas minhas colegas professoras, por Tony e por Zé Santana, nossos colaboradores.

Ficou acertado também que em março o tema Mídia, Sociedade e Violência Urbana será apresentado em todas as salas do EJA presencial, bem como a exibição de alguns vídeos que abordam a crescente violência nos grandes centros urbanos e o papel da mídia na divulgação desses eventos.

Bem, abaixo vocês poderão ver os cartazes de alguns dos filmes de 2012 dentro do tema escolhido e ao longo do ano vou postar os resultados das atividades desenvolvidas com cada um deles, pois cada película vai dar vazão a um debate específico, como por exemplo, ao exibirmos o filme O prisioneiro da grade de ferro, estaremos discutindo a problemática do sistema prisional brasileiro, certamente um elemento fundamental no processo de evolução da violência. Mas essas questões serão melhor debatidas a cada postagem.

Cidade de Deus maior prisioneiro da grade de ferro Notícias de uma guerra particular tropa de elite 1 e 2

quebrando o tabu ônibus 174 carandiru Aguardo os comentários! Postem suas sugestões, engrandeçam nosso trabalho, ele é colaborativo, pois a história é um processo coletivo e o cinema... bem, deve ser muito chato estar só numa sala de cinema. Com quem conversar depois da projeção? Debater arte é um exercício filosófico e bem divertido, alimenta a nossa alma e desperta em nós uma vontade maior ainda de degustá-la. Valeu pessoal, até a próxima!

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