terça-feira, 1 de abril de 2014

Cinema e Ditadura Militar: 50 anos do golpe

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Ao amanhecer do dia 01 de abril de 1964, o Brasil mergulhou em um dos períodos mais negros de sua história. A interrupção do processo democrático e a instalação de um regime de exceção levaram o país a um retrocesso do qual nós ainda não nos recuperamos totalmente. A construção de um projeto de governo ditatorial e restritivo foi gradualmente eliminando os laços entre o povo e os princípios de um estado de direito legítimo e participativo. E o resultado foi um povo despido de uma nação.

Felizmente não vivemos mais esses anos de chumbo. No entanto, não podemos abrir mão de refletirmos historicamente sobre esse período ainda recente de nosso passado, pois precisamos aprender com ele. É necessário reagirmos diante dessa herança que ainda nos persegue em vários sentidos, mas antes temos que reconhecermo-nos como herdeiros dessa nação que está sendo reconstruída sobre os escombros das limitações democráticas impostas pela ditadura militar.

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É por isso que escolhemos esse tema para nortear as atividade do Projeto História e Cinema durante o primeiro semestre desse ano. E de antemão, convido a todos os leitores do blog a acompanhar esse trabalho e contribuir com ele, seja com  comentários ou até mesmo com a sugestão de filmes que podem ser trabalhados em sala de aula abordando os vários ângulos que envolvem o contexo dos anos de chumbo: o golpe, a luta armada, o aparelhamento de tortura, a censura, a abertura política, etc..

O  CEJA Joaquim Gomes Basílio é a escola que novamente sediará os eventos, mas dessa vez por força de adaptar o projeto as novas circunstâncias, tivemos que fazer algumas mudanças nele, que a meu ver só o enriquece, pois novos desafios levam a novas descobertas. Esse sempre foi e será um dos objetivos que justificam sua existência: proporcionar novas possibilidades para o uso do audiovisual, variando sua aplicabilidade em relação ao seu público-alvo.

Em nossa escola, a partir de 2014, não teremos mais a modalidade presencial, assim tive que mudar o foco no que diz respeito ao corpo de alunos atendidos diretamente pelas atividades do CineHistória. Agora, os alunos convidados a participar dos eventos serão os da modalidade semipresencial. E como o contato com esses alunos não é diária, até pela natureza da modalidade, a metodologia do trabalho teve que sofrer algumas alterações importantes.

Neste primeiro momento estamos fazendo uma campanha de esclarecimento sobre o projeto, explicando individualmente a cada aluno a importância de sua participação e o convidando a se fazer presente nas datas de exibição do filme e nos debates sobre o tema. Então, serão disponibilizadas quatro datas para que os alunos tentem encaixar uma delas em suas agendas para se fazerem presentes.

O filme base que escolhemos para a exibição será O que é isso, companheiro?, do diretor Bruno Barreto. Entre outras possibilidades, achamos que ele sintetiza alguns dos elementos que pretendemos discutir com os alunos. Não obstante, a ideia é exibir também alguns trechos de documentários e reportagens de tv que abordem os eventos relacionados aos 50 anos do golpe.

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Quero ressaltar também que estamos trabalhando a mesma temática nas atividades do Planejando com cinema (pra quem não conhece o projeto, é só dá uma olhada nas postagens anteriores). Através das exibições de documentários, discução de artigos, estamos montando um plano de curso sobre a ditadura, além de aumentar os nossos conhecimentos sobre o assunto.

Na próxima postagem, farei um apanhado geral dos eventos, tanto do CineHistória como do projeto Planejando com Cinema. Até lá e obrigado pelo acesso. Fico aguardando os comentários!

Professor Josemar!

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