sábado, 31 de dezembro de 2011

História Local no Cinema

Urubu 1 Na última postagem desse ano, quero fazer menção a duas atividades especiais que não foram relatadas aqui no blog, mas que eu não poderia deixar passar, pois foi uma honra podermos abrir espaço para elas.

Apesar de não estarem tão diretamente relacionadas ao foco do nosso trabalho, a relação entre História e Cinema, não poderíamos desperdiçar a oportunidade de divulgar através de nossa sala de cinema dois projetos realizados por alunos da escola e colaboradores do CineHistória. Estamos falando do trabalho do nosso companheiro Tony Antônio dos Santos, que abrange história, memória e preservação ambiental, e dos alunos do curso E-jovem, que capitaneados por Vitor e Wellen, realizaram um filme sobre o bullying. Bem, vamos a um pequeno resumo dessas atividades:

Felizmente, repercute cada vez mais o trabalho do pesquisador e ambientalista Tony Antônio dos Santos. Denominada popularmente de face de Cristo, a imagem de um rosto humano na formação rochosa conhecida como Pedra do Urubu deu a Tony notoriedade e gerou curiosidade social. Não obstante, ao mesmo tempo em que populariza seu trabalho, esconde um pouco a amplitude de suas atividades, que seguramente não se restringe a curiosa visão da face.

urubu 2 O CEJA Joaquim Gomes Basílio tem a felicidade de contar com Tony no seu corpo discente, e sempre com seu apoio, como por exemplo, nas atividades do Projeto História e Cinema, onde atua como aluno colaborador.

Desta feita, a escola não poderia desperdiçar a oportunidade de, como instituição educacional que visa também valorizar e divulgar a cultura e a preservação dos valores a ela relacionados, convidar o aluno Tony a ministrar uma palestra sobre o seu projeto, bem como a repercussão que o mesmo vem ganhando na região do Cariri e no Estado do Ceará.

Assim sendo, no dia 15 de setembro de 2011, nas dependências da instituição escolar supra-citada, Tony Antônio dos Santos proferiu a palestra intitulada Face da Pedra do Urubu. Foram convidados todos os alunos presentes na escola no turno da noite, bem como professores e demais funcionários.

A diretora Maria do Carmo Pinheiro Leite fez a abertura do evento chamando a atenção para a importância do trabalho de Tony, assim como a valorização que a comunidade escolar precisa dar a ele.

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Após a fala da gestora, Tony abre a palestra mostrando um banner com uma fotografia da “face de Cristo”. Nesse primeiro momento ele discorreu sobre o “nascimento” do nome Face de Cristo, e apontou no banner algumas curiosidades da “face”, como por exemplo, uma mancha que lembra uma lágrima caindo.

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No segundo momento, Tony exibiu uma reportagem feita pela TV Diário sobre o seu trabalho, com depoimentos de pessoas ligadas a cultura em Brejo Santo, enaltecendo seu esforço e suas conquistas.

Logo depois, Tony falou sobre algumas dessas conquistas, tais como o selo da Face de Cristo e o cartão postal da mesma imagem, ambos pioneiros no nosso município, pois não havia nenhuma imagem de Brejo Santo homenageada pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos do Brasil. O cartão postal da face também é o primeiro do gênero na cidade.

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Mas o que ganhou especial destaque foi o museu da Pedra do Urubu. Tony explicou que em sua própria residência foi montado um centro de preservação das memórias relacionadas a Pedra do Urubu e da comunidade do Alto da Bela Vista.

Foi explicado também que o projeto visa a preservação ambiental daquela localidade, berço da cidade de Brejo Santo. Esta é uma luta constante de Tony, posto que o mesmo, além de ativista, é funcionário da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

IMAG0032 Ao final, exibimos uma entrevista concedida por Tony a TV Diário, e mostrada no programa Som da Viola, onde ele fala sobre como a comunidade do Alto da Bela Vista, antigamente chamado de Serrote, vem sendo revitalizada. Nessa entrevista concedida ao apresentador e poeta Geraldo Amâncio, Tony fez um rápido apanhado da evolução do seu projeto.

Ao final agradecemos a Tony pela relevante palestra e ouvimos dele a disposição para outras atividades necessárias a comunidade escolar.

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Trabalhar com recursos audiovisuais é um desafio prazeroso, pois é sensível a carência de todos por metodologias mais atrativas e dinâmicas, que envolvam os alunos, que de alguma forma se insira no contexto da transposição didática, mas num sentido mais amplo. Bem, nas dependências do CEJA Joaquim Gomes Basílio, funcionou em 2011 uma turma de segunda etapa do programa E-jovem, destinado aos jovens que terminaram o Ensino Médio e estão em busca de capacitação profissional na área de informática.

Bem, numa das últimas disciplinas do curso os alunos trabalharam com edição de vídeo e foi proposto que eles produzissem um filme para que pudessem exercitar os recursos do programa que estavam aprendendo a manusear. A ideia deles foi realizar um filme sobre um dos temas mais dramáticos num ambiente escolar, o bullying, que infelizmente se agrava a cada ano.

Após o processo de filmagem e edição, marcamos uma data para que no espaço do nosso CineHistória, pudéssemos exibir o filme para os alunos do CEJA. Foi um momento ímpar. Pela primeira vez em nossa instituição escolar, exibimos um vídeo produzido por nosso próprios alunos. E diga-se de passagem, ficou espetacular. Era nítida a surpresa positiva de todos diante do filme, realizado apenas com o recurso de vídeo de uma máquina fotográfica digital, e contando com os próprios colegas como atores. Wellen e Vítor criativamente produziram uma história contundente e didática sobre o bullying. Esperamos que outras instituições escolares venham a se utilizar desse vídeo no futuro.

SAM_0163Além da exibição do filme, a coordenadora Leda apresentou um slide sobre o Bullying e os alunos/cineastas Wellen e Vitor também expressaram seu ponto de vista sobre o problema, além de terem contado um pouco sobre a história da produção do filme. Contamos também com a presença da Diretora Geral Maria do Carmo, que fez a abertura do evento e do poeta Zé Santana, que contribuiu para o debate mais uma vez.

SAM_0180  SAM_0169 SAM_0172 Pessoal, essa foi a última postagem de 2011. Feliz ano novo para todos vocês. Obrigado pela contribuição. Espero continuar contando com vosso apoio. Até mais!

Vejam abaixo o filme Bullying Extremo.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Brasil afrodescendente: conhecendo a nossa história

DSC01041Desde que planejamos nossas atividades, eu não tive dúvidas que este ano conseguiríamos atingir nossos objetivos para o mês da consciência negra. Como foi dito na última postagem, desde outubro já tínhamos dado início as nossas atividades, com a escolha dos textos a serem discutidos nas salas da EJA presencial. Fizemos um amplo e detalhado cronograma, que seguimos praticamente a risca. O saldo foi mais que positivo. Vejam abaixo um resumo de tudo que o realizamos no CEJA Joaquim Gomes Basílio durante as comemorações do mês da Consciência Negra:

Como foi dito, nosso trabalho começou ainda em outubro, quando realizamos um planejamento pedagógico com as professoras envolvidas no Projeto História & Cinema, a coordenadora pedagógica Leda e o aluno colaborador José Marcelino da Rocha. Planejamos os objetivos do trabalho, metodologia, e claro, principalmente as ações que iríamos desenvolver. Um bom filme começa por um bom roteiro, e acho que foi isso que fizemos nessa reunião.

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Já na semana seguinte, as professoras iniciaram a discussão dos textos com os alunos que havíamos previamente escolhido. Em resumo, os textos abordavam a história da lei 10.639/03 que trata da inclusão de conteúdos da história africana no currículo da educação básica, assim como história da África, escravidão, resistência e situação dos negros no Brasil de hoje. Discutiu-se bastante sobre a influência dos africanos na nossa cultura, ponto chave da nossa proposta.

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A partir desses textos foram produzidos cartazes que serviriam depois para uma socialização em sala e expostos durante a culminância do projeto.

DSC04328DSC04339 Convidamos a professora Maria de Fátima Alves para proferir uma palestra sobre o Dia Nacional da Consciência Negra. Fátima é uma das mais dedicadas pesquisadoras do assunto em Brejo Santo, e contribuiu muito para esclarecer aos alunos a importância do tema, bem como permitiu a eles conhecerem mais sobre a influência dos africanos em nossa sociedade. Agradecemos muito a sua imensa ajuda.

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No dia 10 de novembro, tivemos a nossa sessão de cinema, com a exibição dos curtas O xadrez das cores e A incrível história da mulher que mudou de cor. Foi uma noite muito proveitosa, pois os alunos estavam muito receptivos ao debate. Na mesma noite exibimos alguns vídeos sobre a luta dos negros para serem reconhecidos na sociedade brasileira e apresentamos também imagens de ícones negros da nossa história.

DSC01012 Ao final das exibições, servimos um lanche tipicamente africano: pipoca (tudo a ver com o cinema também) e aluá, uma bebida muito consumida em nossa região há algumas décadas, mas que muita gente não sabia ser de origem africana.

DSC01034 DSC01040 Tivemos o imenso prazer de receber no CEJA Joaquim Gomes Basílio os alunos da Escola João Teles de Carvalho, que estavam pesquisando sobre história e cultura africana. Eles fizeram uma visita a biblioteca do CEJA e participaram de uma sessão extraordinária do nosso CineHistória. Acompanhados pela professora Socorro Inácio (também professora do CEJA), eles assistiram O Xadrez das cores e A incrível história da mulher que mudou de cor, antes exibidos para os alunos da EJA.

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Na semana seguinte as exibições, levei os alunos da EJA presencial para explicar como eles postarão os comentários no blog.

SAM_0354 Bem, chegamos então, a culminância do nosso projeto Brasil afrodescendente: conhecendo a nossa história. Felizes, gratificados, pois não adiantaria nada preparar um evento que não fosse espalhar todo um trabalho feito anteriormente. Como disse em minha fala durante o evento, não gosto de espetacularizações. Esse tipo de festa muitas vezes mascar (e muito bem) um trabalho que não existiu. Serve muito bem para vender um mal produto, se mal comparando. Não foi o nosso caso. O que realizamos foi de fato uma culminância, uma conclusão, uma celebração também, pois sabíamos que plantamos uma semente, um ponto de inquietação em nossos alunos.

Abaixo a coordenadora Maria Socorro Alves Patrício Moura (Leda) conduz o evento e agradece a participação das extensões do CEJA, salas da Educação de Jovens e Adultos coordenadas por nossa instituição, mas que funcionam em outros escolas.

DSC01166Mas não fizemos apenas uma festa. Aproveitamos a oportunidade para também ensinar. Na verdade, poderíamos dizer que aprendemos, pois a apresentação do grupo de capoeira Esquiva, coordenado pela professora Socorro Jacó, encantou-nos a todos. Transmitiu a nós o imenso valor da cultura negra em nossa brasilidade. A música, a dança, a força da capoeita reflete a resistência dos africanos diante de tantas e cruéis adversidadas de que foram vítimas em nossa história.

DSC01175 Após a apresentação do grupo de capoeira, tivemos também a apresentação de um slide fotográfico, onde expusemos as imagens de todas as etapas de nosso trabalho, numa espécie de retrospectiva. Aproveitei a oportunidade para agradecer a participação dos alunos no projeto História e Cinema durante todo o ano.

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Para encerrar Maria Rozita Pereira da Silva, aluna da professora Ruth, declamou, de sua própria autoria, um poema sobre a Consciência Negra.

DSC01182Ao término do evento, foi servido um jantar típico, com baião de dois, paçoca, macaxeira e aluá.

SAM_0429SAM_0450SAM_0471 Muito obrigado a todos os que contribuíram para o sucesso de nosso projeto. Acho que demos um passo adiante. Agradeço a Diretora do CEJA Maria do Carmo, a coordenadora Leda, ao diretor financeiro Josmey, bem como toda a equipe de professores, alunos, secretaria e demais funcionários que direta ou indiretamente colaboram com o Projeto História & Cinema. Valeu, pessoal, conto com vocês no próximo ano

História, Cinema e Consciência Negra: postagem dos resultados no Afonso Tavares de Luna

Na escola Afonso Tavares de Luna trabalhamos o tema do Dia Nacional da Consciência Negra norteados pelo mesmo método dos temas anteriores, dando ênfase as atividades interdisciplinares. Iniciamos nosso trabalho desde ainda o planejamento de outubro, quando, junto com os professores que contribuem nas atividades do CineHistória, sugerimos ideias que já poderiam ser trabalhadas e encaminhamos o direcionamento metodológico. Fechamos o cronograma no planejamento pedagógico do início de novembro, quando acertamos a participação de cada uma das disciplinas.

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Abaixo, farei um resumo dessas atividades, que envolveram diretamente as disciplinas História, Geografia, Artes, Inglês, Português, Ensino Religioso e Informática. Agradeço desde já aos professores Lunardele, Lula e Euda pela grande ajuda.

Produzi um slide que, de certa maneira fez um apanhado de tudo o que pretendia discutir com os alunos nas aulas de História e Geografia. Ao longo de duas semanas, dividimos a discussão em quatro partes: Parte I – Conhecendo o continente africano, onde apresentei a localização geográfica do continente, as características das Áfricas Branca e Negra, nos seus aspectos físicos e culturais, relevo, hidrografia, população, clima, etc.; na parte II – Africanos na América: o processo de escravidão, estudamos o transporte dos africanos para o continente americano, quais eram suas condições de vida, de que maneira eram explorados, entre outros assuntos. Já na parte III – Resistência e incorporação, estudamos como os africanos confrontaram o sistema pelo qual eram explorados, mas não só o viés da luta de rebelião, as fugas, mas ressaltando os aspectos culturais, a manutenção de suas tradições, que hoje compõe o seu legado cultural para nós, todos afro-descendentes. Bem, na parte IV – Os negros no Brasil de hoje, fizemos um debate sobre a inserção dos negros no mercado de trabalho, observamos alguns dados comparando a escolaridade e rendimento dos negros e brancos na sociedade brasileira, e podemos perceber que há ainda muito para erradicarmos a grande desigualdade que séculos de escravidão ajudaram a modelar.

DSC00940 DSC00954 Para fecharmos a discussão, fizemos um debate sobre o preconceito racial, focando na tese de que existe um racismo disfarçado na maioria das vezes, pois enquanto há leis que prezem pela igualdade entre “raças” e repudia qualquer forma de preconceito, há um velado comportamento racista no Brasil, que não parte das instituições do estado, mas entranhado na própria sociedade.

Na disciplina de Ensino Religioso, a professora Euda exibiu o documentário Religiões Africanas, onde os alunos tiveram acesso a imagens e informações sobre as principais manifestações religiosas dos povos africanos, e puderam perceber que muitos rituais e crenças praticadas no Brasil, tiveram sua origem com os povos da África.

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Como nos outros temas já trabalhados esse ano, a professora Lula traduziu com os alunos do 7° Ano A alguns textos sobre o racismo e frases que condenam esses atos. A professora Lula também contribuiu com a disciplina de Português, pois os alunos produziram um texto opinativo sobre os filmes que exibimos na nossa sessão de cinema. Esses textos, como quem acompanha o blog já sabe, foram digitados pelos próprios alunos na aula de Informática com o professor Lunardele. Essas opiniões serão em breve postadas aqui.

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Bem, como já mencionei, o CineHistória, durante as aulas de Artes, exibiu esse mês dois curtas-metragens abordando o preconceito racial. Escolhemos O xadrez das cores e A incrível história da mulher que mudou de cor não só pela sua qualidade (são filmes espetaculares), mas também pelo seu didatismo. Como são curtas, o tempo foi suficiente para que pudéssemos refletir coletivamente logo após a projeção, que contou com a ilustre presença do nosso amigo da escola o poeta Zé Santana.

DSC00972 No dia 18 de novembro, tivemos na escola Afonso Tavares de Luna, a culminância das atividades relacionadas ao Dia Nacional da Consciência Negra. Foram realizadas apresentações teatrais, danças coreografadas e capoeira. Mas essa culminância não encerra as discussões, pois o tema deve persistir em nossa mente. O dia 20 de novembro é um símbolo. A luta por uma sociedade justa, igual, pluralista, continuará sendo travada por nós, educadores, alunos, sociedade em geral para que um dia, possamos dizer que vivemos de fato em uma democracia racial.

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Até o próxima postagem!

Aguardo os comentários de vocês.

domingo, 30 de outubro de 2011

Cinema, História & Consciência Negra

criança negra na bandeira

“O grande desafio da escola é investir na superação da discriminação e dar a conhecer a riqueza representada pela diversidade étnico-cultural que compõe o patrimônio sociocultural brasileiro, valorizando a trajetória particular dos grupos que compõem a sociedade.” (Parâmetros Curriculares Nacionais) 

Dia da consciência negra

Mais uma vez o Projeto História & Cinema dedica o mês de novembro as atividades relacionadas à Consciência Negra. No entanto, vamos certamente ampliar, e muito, o que fizemos nos anos anteriores. Preparamos uma agenda com muita antecipação, e já estamos a cumpri-la, aliás. Os debates sobre o tema já estão sendo feitos desde o final de outubro no CEJA Joaquim Gomes Basílio. As professoras Ruth, Margarida, Rita, Lucília e Cláudia já apresentaram o tema para seus alunos e a socialização de textos e debates já prenunciam que esse ano poderemos, de fato, levar os estudantes a uma reflexão mais profunda sobre esse tema tão fundamental.

Durante o mês de novembro, os alunos farão a leitura de artigos que abordam o translado dos negros para o Brasil, o processo de escravidão, a resistência e a luta abolicionista. Estudaremos as contribuições dos negros no Brasil, a sua batalha por uma inserção justa na sociedade brasileira atual, e claro, o preconceito racial que ainda existe, infelizmente. Ao final dos debates serão produzidos cartazes sobre cada um desses subtemas, que serão expostos no dia 22 de novembro, durante a culminância de nossas atividades no CEJA. Nesse dia teremos apresentação de capoeira, comidas típicas africanas e palestras sobre o Dia Nacional da Consciência Negra.

mão branca e mão negra

E o cinema? Claro, os debates girarão em torno das produções que iremos exibir. Sim, dessa vez teremos duas datas. No dia 11 de novembro convidaremos os alunos a assistirem os curtas-metragens: A incrível história da mulher que mudou de cor e O Xadrez das Cores. No dia 18 exibiremos Invictus. Dirigido por Clint Eastwood, o filme Invictus conta a história do presidente sul african04o Nelson Mandela (Morgan Freeman) que usa o esporte para unir a população, durante uma copa do mundo no País. O detalhe é que a maioria dos jogadores do time são brancos que antes segregavam os negros. Habilmente Mandela dá ao país uma lição de como perdoar e superar as diferenças. 

Em o Xadrez das Cores, Cida, uma mulher negra de quarenta anos, vai trabalhar para Maria, uma velha de oitenta anos, viúva e sem filhos, que é extremamente racista. A relação entre as duas mulheres começa tumultuada, com Maria tripudiando em cima de Cida por ela ser negra. Cida atura a tudo em silêncio, por precisar do dinh01eiro, até que decide se vingar através de um jogo de xadrez. Este filme dirigido por Marco Schiavon em 2004, recebeu diversas premiações em festivais como o do Festival de Cinema Brasileiro de Miami, Festival de Cinema e Vídeo de Curitiba e do Jornada de Cinema da Bahia. Já em A incrível história da mulher que mudou de cor, dirigido por Marcelo Santiago em 2004, Mercedes é uma jovem e sonhadora empregada doméstica. Certo dia, algo estanho acontece: de negra que é, ela se torna branca. Esse acontecimento sobrenatural desencadeia circunstâncias constrangedoras em sua vida, quando descobre uma das facetas mais cruéis do preconceito racial. 

Iniciamos nossas atividades ainda em outubro, quando nos reunimos para montar uma programação em torno do tema Brasil Afro-descendente: conhecendo nossa identidade. Pois, como já mencionei, além dos trabalhos desenvolvidos tradicionalmente em torno dos filmes exibidos no CineHistória, teremos apresentação de capoeira, declamação de poesias, comidas típicas africanas, etc.Vejam como ficou nossa programação para os meses de outubro e novembro:

07/10  entrega dos textos aos professores para estudo individual e orientações sobre o Projeto;

14/10  estudo coletivo, socialização dos textos;

17/10  estudos dos textos com os alunos – debates;

20/10  estudo dos textos com os alunos – socialização;

09/11  estudo dos textos com os alunos;

11/11  exibição dos curtas-metragens: Xadrez das cores e A incrível história da mulher que mudou de cor;

16/11  alunos postarão seus comentários no blog do CineHistória;

14/11  produção dos trabalhos nas salas de aula;

18/11  exibição do longa-metragem Invictus;

21/11  ornamentação da escola;

22/11  culminância: exposição dos trabalhos, apresentação de poesia, música e capoeira.

Abaixo as fotos do dia do planejamento em que organizamos a programação:

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não ao preconceito

Na escola Afonso Tavares de Luna continuaremos com nossa abordagem interdisciplinar. Dessa vez, contamos com a inserção de mais duas disciplinas: Geografia e Ensino Religioso. Nesta, a professora Euda trabalhará o conhecimento das religiões africanas e afro-brasileiras. Em Geografia, apresentarei uma coletânea de slides sobre o continente africano, suas características físicas e elementos espaço-culturais, seus povos, bem como sua interação com o ambiente, com foco na estrutura produtiva e macroeconômica.

Em História, discutiremos o translado dos africanos para o Brasil, ou seja, o escravismo colonial como fator propulsor do deslocamento dos povos vindos para o Brasil. Claro, estudaremos a escravidão em si, mas ressaltando a resistência a ela, nascedouro histórico daquilo que denominamos Consciência Negra. Por fim, falaremos sobre a situação dos afrodescendentes no Brasil de hoje, as políticas afirmativas, a sua inserção no mercado de trabalho e sobre o racismo velado que alguns estudiosos afirmam existir em nossa sociedade. É sobre a ideia de preconceito racial, principalmente, que tratam os dois curta-metragens que iremos exibir nas aulas de Artes. Como iremos fazer no CEJA, foram escolhidos O xadrez das cores e A incrível história da mulher que mudou de cor.

negros sorrindo

Além desses curtas, exibiremos também uma série de vídeos sobre o Dia Nacional da Consciência Negra, com o intuito de fomentar ainda mais o debate, que será estendido às aulas de Português, onde os alunos produzirão textos de opinião sobre os filmes e as aulas a respeito da cultura afro-brasileira. Lembrando que esses textos serão posteriormente digitados nas aulas de Informática, para depois serem postadas aqui no blog.

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Para finalisar, a disciplina de Inglês contribuirá mais uma vez conosco, desta feita com a tradução de frases sobre o racismo e textos sobre a cultura africana. Pessoal, sei que com a contribuição de todos, o trabalho renderá aprendizado e refelxão. De antemão, muito obrigado.

jovens negros painel

Vejam abaixo um vídeo excelente sobre o tema que estamos trabalhando com trilha de Gabriel, o pensador.