sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Desigualdade Social debatida no CineHistória

Em outubro, mês das eleições no Brasil, o CineHistória debate um tema que infelizmente vem perdendo o foco nas propagandas eleitorais: a desigualdade social no Brasil. Esse, que é o ponto de atravancamento de nossa sociedade, deve, ou deveria ser, a preocupação de um país que se encontra nas mais horrendas estatísticas no que se refere a qualidade de vida de sua população.

Para instigar nossas discussões, as professoras colaboradoras do Projeto História e Cinema, Ruth e Margarida, estão trabalhando desde o começo do mês alguns textos que discutem o problema da desigualdade social em nosso país. O que historicamente provocou essa tão acentuada desigualdade? O que podemos fazer para amenizar esse problema? São alguns dos questionamentos explorados nos textos e que certamente serão elementos presentes na pauta de discussão que faremos após a exibição dos filmes.

Digo, dos filmes, porque no nosso próximo encontro exibiremos quatro curtas-metragens. Isso mesmo, iremos mudar um pouco nossa metodologia de trabalho dessa vez para dar espaço a produções geniais que geralmente não chegam ao grande público, mas precisam ser assistidas e discutidas. O curta-metragem é um exercício cinematográfico maravilhoso, que sintetiza uma idéia em um curto espaço de tempo e consegue nos dizer às vezes mais do que aparenta nos dizer.

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Começaremos nossa programação pelo belíssimo Ilha das flores, que Jorge Furtado dirigiu em 1989 e provoca uma inquietação irresistível. O valor do dinheiro, das pessoas, da liberdade. A coisificação do ser humano e a bestificação da sociedade de consumo são tratadas nesse filme com uma sensibilidade e dinâmica textual poucas vezes vista.

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Após a exibição de Ilha das Flores, faremos um pequeno debate sobre as principais idéias contidas nele, sempre relacionando aos textos que as professoras apresentaram antes em suas aulas. Bem, seguindo nossa programação, exibiremos o sensacional Um pouco mais um pouco menos, de Marcelo Masagão. O roteirista e diretor desse curta é o mesmo que dirigiu um dos melhores documentários da história do cinema, e que infelizmente é pouco conhecido até mesmo no Brasil: Nós que aqui estamos por nós esperamos. Certamente ainda será exibido em nosso projeto. Um pouco mais um pouco menos trata das desigualdades, mas não só do ponto-de-vista material, mas cultural, espiritual, etc.

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O terceiro filme que exibiremos é A História das Coisas, da ativista Annie Leonard. Inserimos esse curta-metragem em nossa programação porque entendemos que a corrida desenfreada pela produção de bens materiais, além de contribuir para a degradação do meio-ambiente, agrava o problema da desigualdade social porque leva as pessoas a uma corrida desigual pelo ter.

Para finalizar, o curta metragem Vida Maria. Animação, dirigida por Márcio Ramos em 2006, este filme fecha a nossa programação porque atesta uma realidade que infelizmente não desejamos constatar. A educação, que deveria ser a mola-mestra para atenuar as desigualdades, a partir da idéia central de que ela tem a missão de gerar oportunidades, infelizmente não atinge esse objetivo. A verdade é que ainda não conseguimos evitar o ciclo vicioso de gerações e gerações de pessoas que começam a estudar mas abandonam a escola.

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Assim como ao final de Ilha das Flores, sempre antes de começarmos a próxima exibição, faremos uma reflexão coletiva do que foi apresentado anteriormente. Assim vamos pontuando mais claramente os elementos presentes em cada filme. O que não é possível quando se trata de um longa-metragem, torna-se uma vantagem com os curtas, que como tem em média 10 minutos, podemos ir intercalando as discussões com as projeções.

Bem, pessoal, vou postar aqui no blog o link para vocês assistirem a um dos filmes que serão exibidos no CineHistória: Ilha das flores. No entanto, gostaria que todos comparecessem a exibição para que pudéssemos assistir juntos e debatermos os conteúdos dos filmes. Obrigado de antemão pela presença de todos.

 

Espero os comentários. Até mais!