terça-feira, 20 de dezembro de 2011

História, Cinema e Consciência Negra: postagem dos resultados no Afonso Tavares de Luna

Na escola Afonso Tavares de Luna trabalhamos o tema do Dia Nacional da Consciência Negra norteados pelo mesmo método dos temas anteriores, dando ênfase as atividades interdisciplinares. Iniciamos nosso trabalho desde ainda o planejamento de outubro, quando, junto com os professores que contribuem nas atividades do CineHistória, sugerimos ideias que já poderiam ser trabalhadas e encaminhamos o direcionamento metodológico. Fechamos o cronograma no planejamento pedagógico do início de novembro, quando acertamos a participação de cada uma das disciplinas.

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Abaixo, farei um resumo dessas atividades, que envolveram diretamente as disciplinas História, Geografia, Artes, Inglês, Português, Ensino Religioso e Informática. Agradeço desde já aos professores Lunardele, Lula e Euda pela grande ajuda.

Produzi um slide que, de certa maneira fez um apanhado de tudo o que pretendia discutir com os alunos nas aulas de História e Geografia. Ao longo de duas semanas, dividimos a discussão em quatro partes: Parte I – Conhecendo o continente africano, onde apresentei a localização geográfica do continente, as características das Áfricas Branca e Negra, nos seus aspectos físicos e culturais, relevo, hidrografia, população, clima, etc.; na parte II – Africanos na América: o processo de escravidão, estudamos o transporte dos africanos para o continente americano, quais eram suas condições de vida, de que maneira eram explorados, entre outros assuntos. Já na parte III – Resistência e incorporação, estudamos como os africanos confrontaram o sistema pelo qual eram explorados, mas não só o viés da luta de rebelião, as fugas, mas ressaltando os aspectos culturais, a manutenção de suas tradições, que hoje compõe o seu legado cultural para nós, todos afro-descendentes. Bem, na parte IV – Os negros no Brasil de hoje, fizemos um debate sobre a inserção dos negros no mercado de trabalho, observamos alguns dados comparando a escolaridade e rendimento dos negros e brancos na sociedade brasileira, e podemos perceber que há ainda muito para erradicarmos a grande desigualdade que séculos de escravidão ajudaram a modelar.

DSC00940 DSC00954 Para fecharmos a discussão, fizemos um debate sobre o preconceito racial, focando na tese de que existe um racismo disfarçado na maioria das vezes, pois enquanto há leis que prezem pela igualdade entre “raças” e repudia qualquer forma de preconceito, há um velado comportamento racista no Brasil, que não parte das instituições do estado, mas entranhado na própria sociedade.

Na disciplina de Ensino Religioso, a professora Euda exibiu o documentário Religiões Africanas, onde os alunos tiveram acesso a imagens e informações sobre as principais manifestações religiosas dos povos africanos, e puderam perceber que muitos rituais e crenças praticadas no Brasil, tiveram sua origem com os povos da África.

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Como nos outros temas já trabalhados esse ano, a professora Lula traduziu com os alunos do 7° Ano A alguns textos sobre o racismo e frases que condenam esses atos. A professora Lula também contribuiu com a disciplina de Português, pois os alunos produziram um texto opinativo sobre os filmes que exibimos na nossa sessão de cinema. Esses textos, como quem acompanha o blog já sabe, foram digitados pelos próprios alunos na aula de Informática com o professor Lunardele. Essas opiniões serão em breve postadas aqui.

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Bem, como já mencionei, o CineHistória, durante as aulas de Artes, exibiu esse mês dois curtas-metragens abordando o preconceito racial. Escolhemos O xadrez das cores e A incrível história da mulher que mudou de cor não só pela sua qualidade (são filmes espetaculares), mas também pelo seu didatismo. Como são curtas, o tempo foi suficiente para que pudéssemos refletir coletivamente logo após a projeção, que contou com a ilustre presença do nosso amigo da escola o poeta Zé Santana.

DSC00972 No dia 18 de novembro, tivemos na escola Afonso Tavares de Luna, a culminância das atividades relacionadas ao Dia Nacional da Consciência Negra. Foram realizadas apresentações teatrais, danças coreografadas e capoeira. Mas essa culminância não encerra as discussões, pois o tema deve persistir em nossa mente. O dia 20 de novembro é um símbolo. A luta por uma sociedade justa, igual, pluralista, continuará sendo travada por nós, educadores, alunos, sociedade em geral para que um dia, possamos dizer que vivemos de fato em uma democracia racial.

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Até o próxima postagem!

Aguardo os comentários de vocês.

Um comentário:

  1. Meuda é a dinâmica professora do Afonso, faz o que gosta, e se realiza com a sucesso dos alunos.
    Me parece que conhecimento e inteligência faz parte do DNA, porque vemos Jucélio, um professor e um ator de mão cheia, e ás vezes, até canta, como Diretor e sócio majoritário da escola Jean Piaget, se via educação e bom equilíbrio comportamental, um jeito amigo de ser. Sua irmã, que a chama Meuma, se vê o amor e o carinho, e na educação no Afonso Tavares Luna na Serra, em sua matéria e no incentivo a leitura é linha de frente.

    Abraços, grande professora, Meuda,
    The poet, ZS < 2012 >

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