terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Olhando para trás para ver o futuro

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Inicio esta última postagem do ano agradecendo a todos aqueles que colaboraram com as atividades do projeto História e Cinema em 2010. Espero contar com todos vocês em 2011. O CineHistória é um trabalho coletivo e a cada etapa que cumprimos, outras surgem, exigindo de nós todos um redobrado esforço no sentido de contribuir para o ensino de História, razão maior da existência de nosso projeto.

Pessoal, fiquei feliz com o debate sobre a consciência negra aqui no blog. Como já havia dito em outra postagem, o blog do CineHistória estava sendo o calcanhar de Aquiles do nosso projeto, pois as discussões que iniciávamos em sala não continuavam no blog. Parece que os meus apelos, quase súplicas, surtiram efeito. O número de postagens subiu substancialmente e isso me faz crer que em 2011 conseguiremos aumentar ainda mais esse número. Estou montando umas estratégias nesse sentido.

É muito importante que o blog funcione da maneira que esperamos, pois é uma forma de discutirmos o uso do cinema nas aulas de História com outras pessoas, inserindo-as no projeto, pois no espaço da sala de aula não podemos alocar todos. E o mais importante, o espaço aqui do blog nos permite prosseguir uma discussão que começamos na sala de projeção.

Bem, a finalidade dessa postagem é basicamente apresentar uma breve síntese, a título de reflexão, sobre os eventos ligados ao CineHístória em 2010. Os filmes exibidos, os debates realizados, e principalmente, a participação do Projeto História e Cinema na II Feira regional de ciências. Vamos lá então!

Nesse ano, começamos a trabalhar com as turmas da Educação de Jovens e Adultos, que somados aos alunos do prevestibular, compuseram o público alvo das nossas exibições e debates. E para o início dos trabalhos com a EJA, escolhemos duas turmas do Ensino Fundamental. Para isso, contamos com a importante ajuda das professoras Ruth e Margarida. As mesmas se comprometeram a debater com os alunos os temas que seriam depois explorados no momento da projeção dos filmes.

DSC02770 A partir do momento em que o tema do mês era definido, eu entregava o material as professoras, que no momento mais adequado, levavam ao conhecimento dos alunos, e os mesmos chegavam ao dia da projeção com um bom conhecimento daquilo que iríamos discutir, além é claro, das questões levantadas pelo filme mais especificamente. Ao final travávamos o debate. Foi um bom início, sem dúvida alguma. Em 2011, vou convidar mais duas salas para trabalhar comigo, provavelmente duas do EJA médio.

Em relação aos filmes que exibimos e as temáticas trabalhadas, segue um resumo visual:

Filme: A Guerra do Fogo / Tema do Debate: A pré-história

Guerra do FogoFilme: Guerra ao Terror / Tema do Debate: invasão dos Estados Unidos ao Iraque

guerra-ao-terror IIFilme: 1492 / Tema do Debate: A conquista da América

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Filme: Gladiador / Tema do Debate: política do pão e circo em Roma

gladiator 4Filme: A missão / Tema do Debate: ação da Companhia de Jesus no Brasil (oportunidade em que lançamos o cordel do poeta Zé Santana, Os célebres jesuítas)

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Filme: Vida Maria / Tema do Debate: Educação como transformação (ou como permanência)

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Filme: Um pouco mais um pouco menos / Tema do Debate: Desigualdade social no Brasil

umpoucomaisFilme: Ilha das Flores / Tema do Debate: Desigualdade social no Brasil

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Filme: Quanto vale ou é por quilo? / Tema do Debate: Dia Nacional da Consciência Negra

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Como havia prometido desde a última postagem, quero reservar um espaço para falar sobre os eventos da feira de ciências, na qual o Projeto História e Cinema representou o CEJA Joaquim Gomes Basílio, a escola que cedia nossas atividades.

Fomos escolhidos pela coordenação dessa instituição escolar para representá-la na II feira regional de ciências da CREDE 20, em que escolas de 10 cidades estiveram presentes exibindo seus projetos, e em todas as áreas de conhecimento. Ficamos especialmente satisfeitos em saber que em outras duas cidades havia projetos que também usavam o cinema como ferramenta didática.

A exposição dos trabalhos aconteceu no dia 09 de novembro aqui em Brejo Santo, mais precisamente no ginásio de esportes da cidade. O esquema era o tradicional das feiras de ciências, ficando cada projeto com um stand, onde eram exibidos o caderno de campo e o banner com os dados do trabalho. Os alunos colaboradores José Marcelino da Rocha e Tony Antônio dos Santos ficaram no stand o dia inteiro explicando aos visitantes a finalidade, bem como a metodologia do projeto História e Cinema. Foi uma ótima oportunidade para divulgarmos nossa proposta pedagógica.

Como vocês poderão conferir pelas fotos abaixo.

IMAG0039 IMAG0042  IMAG0079PIC_3051 IMAG0083Gente, só um último comentário antes das considerações finais. Não foi possível exibir o filme Platoon como havia prometido. Bem, para quem não lembra, comprometi-me a exibir esse filme para encerrarmos nossas atividades, pois o mesmo havia vencido a enquete sobre o melhor filme para trabalharmos o tema da Guerra do Vietnã. No entanto, devido a um problema elétrico em nossa escola, a força da sala de informática está funcionando em baixa tensão à noite, impossibilitando-nos de ligar os aparelhos. Fica o compromisso de exibirmos o filme no começo do ano letivo de 2011.

Com essa pequena revisão feita, sinceramente acho que evoluímos. Olhando para trás, para meados de 2009, quando iniciamos as atividades do projeto, penso que estamos andando a passos firmes para aquilo que pretendemos. Talvez estejamos, mesmo em doses homeopáticas, contribuindo para um debate importante e positivo no que se refere ao ensino de História. Acreditamos nisso e vamos persistir com nosso trabalho.

Amantes do cinema e da História, Feliz Natal para vocês e um 2011 de saúde, paz e realizações!

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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Quanto vale ou é por quilo?

Pessoal, muito obrigado pela presença de vocês na culminância do tema Consciência Negra. Agradeço as professoras que trabalharam o assunto em suas aulas, a partir do material que nós selecionamos e especialmente aos alunos que compareceram a exibição dos filmes.

Mesmo os debates tendo sido realizados durante as aulas, fiz questão de mencionar as razões de trabalharmos esse tema, onde exploramos a questão do racismo e da participação dos negros na constituição da cultura brasileira, bem como dos outros campos de ação social em que estão inseridos.

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Como disse Nelson Mandela: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.” Acho que através da educação, do conhecimento da nossa história, podemos construir um futuro em que discussões sobre preconceito racial não faça mais sentido. Mas para isso, é preciso que as pessoas que têm essa consciência ajam, pois como disse Martin Luther King: “o que me assusta é o silêncio dos bons”.

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Bem, no último dia 17 contamos também com a presença do acadêmico de História Tiago, ex-aluno do nosso pré-vestibular e que está pesquisando sobre a relação entre História e Cinema para o seu trabalho de conclusão de curso. Obrigado Valdir, também acadêmico da Urca, curso de Geografia, pelo seu comparecimento mais uma vez. Agradeço também a participação de vocês aqui no blog. Espero que vocês sempre participem do debate.

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Colegas, por falar em debate, convoco todos a continuá-lo a partir dessa postagem, que só estou fazendo para registrar as imagens desse momento especial. Essa convocação estendo a todos da comunidade escolar, pois anseio que este espaço se transforme em uma oportunidade para conversarmos sobre temas fundamentais do universo educacional. Vamos lá!

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IMAG0194 IMAG0196Isso posto, quero avisar que a última sessão desse ano, em dezembro, será com o filme Platoon. Como combinei, o filme que ganhasse a nossa enquete sobre o melhor longa para trabalharmos o conteúdo da Guerra do Vietnã seria exibido no final do ano. Assim, essa extraordinária película dirigida por Oliver Stone fecha com classe nossas atividades em 2010.

platoon 1Para finalizar, quero dizer a todos que a participação do Cine História na Feira Regional de Ciências foi um importante passo na divulgação de nosso projeto. No final do ano vou deixar uma postagem especial sobre esse evento, com muitas fotos e talvez com o vídeo que foi apresentado durante a feira e que resume as atividades do Projeto História e Cinema.

PIC_3052 Aguardo os comentários e até a próxima!

sábado, 6 de novembro de 2010

Dia da Consciência Negra comemorado no CineHistória

fotos para o blog1 O CineHistória, assim como em 2009, participa das comemorações do Dia da Consciência Negra com a exibição de um filme que certamente nos instigará um debate acalorado. Quanto vale ou é por quilo? é a obra escolhida para a ocasião. Uma produção brasileira, dirigida por Sérgio Bianchi, que entre outros também realizou Os inquilinos e A causa Secreta.

Por que discutir o tema da Consciência Negra? Certamente, não para atender a lei 10.639/03 somente. Mas porque o “Dia da Consciência Negra retrata a disputa pela memória histórica”. Os atos simbólicos, as ações afirmativas, tudo isso desperta a atenção da sociedade brasileira atual para a histórica participação dos negros como constituintes essenciais da brasilidade.

fotos para o blog

Além disso, somos a segunda maior nação negra do mundo, estando atrás apenas da Nigéria; somos um povo absolutamente resultante da miscigenação cultural de raças que precisam ser reconhecidas em suas individualidades históricas, para que não paire mais entre nós, nenhum ranço de preconceito, de racismo, para que, aí sim, possamos a ser chamados de democracia racial sem que isso pareça um disfarce, um discurso ideológico.

No quanto vale... foto 01filme de Sérgio Bianchi, vemos uma continuidade de certas situações sociais. O diretor nos mostra duas ambiências historicamente distintas: o período colonial escravista e o Brasil atual. As cenas do antigo e do novo Brasil vão sendo intercaladas como se fossem dois filmes que são projetados paralelamente. Aí somos levados a perceber como certas circunstâncias são repetidas com outros nomes apenas. Realmente enquanto não corrigirmos a gravíssima desigualdade social decorrente também da escravidão, não haverá como mudar certas situações exploradas no filme. Bom, mas essa é apenas minha opinião. Aguardo a de vocês, tanto no dia da projeção quanto aqui no blog.

Abaixo vocês conferem o trailer do filme:

Aguardo os comentários. Vamos fazer um debate aqui no blog?

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Uma noite especial no Cinehistória

Ontem o Projeto História e Cinema viveu uma noite especial. Acima das expectativas, eu diria. Estamos todos felizes por termos efetivamente participado de algo que fez sentido para todos nós, que nos engrandeceu pessoal e profissionalmente. As exibições e os debates que se seguiram a eles ontem nos deram um norte, certamente; um paradigma que talvez nos indique um caminho a seguir.

O trabalho com curtas-metragens nos favoreceu sem dúvida alguma, pois pudemos intercalar os debates com as projeções dos filmes. Mas o essencial foi a qualidade dos debates, pois contamos com pessoas interessados e com algo a dizer. Agradeço a todos, alunos do pré-vestibular e das turmas da professora Ruth e Margarida. Obrigado aos alunos coordenadores do projeto Zé Santana e Tony mais uma vez. Espero contar sempre com vocês.

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Bem, para aqueles que não leram a última postagem, exibimos nesta quarta-feira, dia 20 de outubro, os curtas-metragens Vida Maria, Ilha das Flores e Um pouco mais um pouco menos, e com base neles discutimos a desigualdade social no Brasil, apoiados também em alguns textos previamente selecionados sobre o tema, apresentando dados estatísticos que demonstram a extrema injustiça social no qual o Brasil está mergulhado.

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Como esperávamos, a discussão atingiu o foco nevrálgico da questão. Entendemos, de maneira geral, que a educação é o caminho mais viável para consertarmos essa distorção social, construída historicamente. Mas esse é um desafio gigantesco, em que a sociedade civil organizada precisa estar empenhada de corpo e alma, sem partidarismo, sectarismos ideológicos ou coisas do gênero. É possível, e países como a Coréia do Sul nos mostram isso. Mas também e verdade que o Brasil precisa encontrar o seu próprio caminho.

No final dos debates, foi exibido o vídeo produzido para a feira regional de ciências em novembro, uma espécie de resumo daquilo que aconteceu até agora no projeto, além da explanação básica de sua proposta pedagógica e ações. Pela reação ao final, acho que conseguimos apreender bem o espírito do Cinehistória.

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Pessoal, muito obrigado pela participação de vocês. Não farei aqui um resumo do que foi discutido em cada projeção, pois prefiro que essa discussão continue através do blog. Postem os comentários. Aqueles que não falaram durante os debates ontem à noite, escrevam agora suas opiniões no blog. O que acharam dos filmes? Gostaram mais de qual? Por quê? E aqueles que explicitaram as suas opiniões, continuem a emiti-las no blog. Espero que possamos continuar o debate, que foi tão instigante. Vamos lá!!!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Desigualdade Social debatida no CineHistória

Em outubro, mês das eleições no Brasil, o CineHistória debate um tema que infelizmente vem perdendo o foco nas propagandas eleitorais: a desigualdade social no Brasil. Esse, que é o ponto de atravancamento de nossa sociedade, deve, ou deveria ser, a preocupação de um país que se encontra nas mais horrendas estatísticas no que se refere a qualidade de vida de sua população.

Para instigar nossas discussões, as professoras colaboradoras do Projeto História e Cinema, Ruth e Margarida, estão trabalhando desde o começo do mês alguns textos que discutem o problema da desigualdade social em nosso país. O que historicamente provocou essa tão acentuada desigualdade? O que podemos fazer para amenizar esse problema? São alguns dos questionamentos explorados nos textos e que certamente serão elementos presentes na pauta de discussão que faremos após a exibição dos filmes.

Digo, dos filmes, porque no nosso próximo encontro exibiremos quatro curtas-metragens. Isso mesmo, iremos mudar um pouco nossa metodologia de trabalho dessa vez para dar espaço a produções geniais que geralmente não chegam ao grande público, mas precisam ser assistidas e discutidas. O curta-metragem é um exercício cinematográfico maravilhoso, que sintetiza uma idéia em um curto espaço de tempo e consegue nos dizer às vezes mais do que aparenta nos dizer.

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Começaremos nossa programação pelo belíssimo Ilha das flores, que Jorge Furtado dirigiu em 1989 e provoca uma inquietação irresistível. O valor do dinheiro, das pessoas, da liberdade. A coisificação do ser humano e a bestificação da sociedade de consumo são tratadas nesse filme com uma sensibilidade e dinâmica textual poucas vezes vista.

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Após a exibição de Ilha das Flores, faremos um pequeno debate sobre as principais idéias contidas nele, sempre relacionando aos textos que as professoras apresentaram antes em suas aulas. Bem, seguindo nossa programação, exibiremos o sensacional Um pouco mais um pouco menos, de Marcelo Masagão. O roteirista e diretor desse curta é o mesmo que dirigiu um dos melhores documentários da história do cinema, e que infelizmente é pouco conhecido até mesmo no Brasil: Nós que aqui estamos por nós esperamos. Certamente ainda será exibido em nosso projeto. Um pouco mais um pouco menos trata das desigualdades, mas não só do ponto-de-vista material, mas cultural, espiritual, etc.

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O terceiro filme que exibiremos é A História das Coisas, da ativista Annie Leonard. Inserimos esse curta-metragem em nossa programação porque entendemos que a corrida desenfreada pela produção de bens materiais, além de contribuir para a degradação do meio-ambiente, agrava o problema da desigualdade social porque leva as pessoas a uma corrida desigual pelo ter.

Para finalizar, o curta metragem Vida Maria. Animação, dirigida por Márcio Ramos em 2006, este filme fecha a nossa programação porque atesta uma realidade que infelizmente não desejamos constatar. A educação, que deveria ser a mola-mestra para atenuar as desigualdades, a partir da idéia central de que ela tem a missão de gerar oportunidades, infelizmente não atinge esse objetivo. A verdade é que ainda não conseguimos evitar o ciclo vicioso de gerações e gerações de pessoas que começam a estudar mas abandonam a escola.

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Assim como ao final de Ilha das Flores, sempre antes de começarmos a próxima exibição, faremos uma reflexão coletiva do que foi apresentado anteriormente. Assim vamos pontuando mais claramente os elementos presentes em cada filme. O que não é possível quando se trata de um longa-metragem, torna-se uma vantagem com os curtas, que como tem em média 10 minutos, podemos ir intercalando as discussões com as projeções.

Bem, pessoal, vou postar aqui no blog o link para vocês assistirem a um dos filmes que serão exibidos no CineHistória: Ilha das flores. No entanto, gostaria que todos comparecessem a exibição para que pudéssemos assistir juntos e debatermos os conteúdos dos filmes. Obrigado de antemão pela presença de todos.

 

Espero os comentários. Até mais!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Cinema, cordel e História

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No dia 22 de setembro, o CineHistória foi palco do lançamento do cordel Os Célebres Jesuítas, escrito pelo poeta e colaborador do Projeto História e Cinema, Zé Santana. Tudo ocorreu como esperávamos. Na ocasião exibimos o filme A Missão, de Roland Joffé.

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Agradeço as professoras Rute e Margarida, que trabalharam o tema em suas aulas e levaram seus respectivos alunos para a sala de exibição. Lá, cada um dos participantes do evento foi presenteado com uma edição do cordel.

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Antes da exibição do filme, Zé Santana falou um pouco sobre a ação da Companhia de Jesus no Brasil e eu expliquei o contexto histórico abordado no filme, que era a disputa de terras entre portugueses e espanhóis e a conseqüente expulsão dos jesuítas.

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Agradeço a todos e até a próxima!

P.S.: o que acharam do filme? Postem os comentários.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Cinema e cordel juntos no Cinehistória

A primeira exibição após as férias será especial para nós. O cordelista José Marcelino da Rocha, o Zé Santana, também participante do Projeto História e Cinema, escolheu a sala do Cinehistória para fazer o lançamento do seu novo cordel: Os Célebres Jesuítas.image A missão capa

Nessa ocasião, exibiremos o filme A Missão. Dirigido por Rolland Joffé e vencedor da Palma de ouro no festival de Cannes em 1986, o longa é uma excelente retração dos conflitos travados pelas potências ibéricas quando da ocupação do interior do continente americano, sobretudo ao abordar a situação dos povos indígenas nesse fogo cruzado.

A ação dos padres da Companhia de Jesus no tocante a catequização dos nativos é mostrada em cenas sublimes, assim como são viscerais as que retratam a ação dos mercenários caçadores dos chamados negros da terra. O filme que também foi indicado a oito estatuetas do Oscar, e conta no seu elenco com Robert De Niro e Jeremy Irons é uma ferramenta indispensável para quem usa o cinema nas aulas de História, pois suscita importantes discussões e aborda elementos que podem ser mote para reflexões sobre a relação presente-passado. Temas como genocídio, etnocídio, aculturação, exploração colonial, contra-reforma católica, entre outros podem ser estimuladas pela exibição do filme.

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Na ocasião, convidaremos os alunos da educação de jovens e adultos para se fazerem presentes, pois combinamos com os professores para que trabalhassem a ação da Companhia de Jesus no Brasil Colonial para que os alunos compreendessem melhor o cordel e o filme.

A missãoA missão II Leitores do blog, o que vocês acham desse filme? Eu particularmente o considero um ótimo instrumento didático, pois explora muito bem os conflitos entre portugueses e espanhóis pela posse das terras e das almas dos índios. E vocês, o que acham que pode ser discutido após a exibição do filme? Aguardo a opinião de todos.

Assistam ao trailer do filme. Fico esperando os comentários.

sábado, 4 de setembro de 2010

Cinema e História em Livros

Voltamos às atividades. No segundo semestre letivo de 2010, o Projeto História e Cinema foca as suas atenções na EJA (Educação de Jovens e Adultos). Com a participação das professoras de História, montaremos uma programação voltada aos temas que elas estão explorando em suas aulas. Os alunos do Projeto Revisão de Estudos, bem como os demais participantes do CineHistória, continuem sentindo-se convidados. 

Bem, mas antes de trabalharmos com as reflexões em torno do novo filme a ser exibido, quero aproveitar essa postagem para compartilhar com vocês, leitores e participantes do CineHistória, algumas leituras que tenho feito e que versam sobre os objetivos do nosso projeto.

Para começar, recomendo o seminal Cinema e História, do historiador Francês Marc Ferro. O livro trata do cinema como uma representação histórica, produzida a partir do imaginário, das livro de marc ferrocrenças do homem, sendo, portanto, um instrumento de preservação da memória. Ferro é um dos grandes nomes da terceira geração dos annales e dedicou boa parte do seu esforço intelectual na produção de textos que abordam a relação entre o cinema e a história. Esse livro é o responsável, por assim dizer, pela introdução dessa temática no meio acadêmico.

Cinema e história, de Marc Ferro é leitura essencial para os professores que pesquisam e/ou desenvolvem algum trabalho unindo os dois temas. Em nossa caso, a obra é inspiradora, posto as intenções de Ferro vão ao encontro dos objetivos nossos. É o que podemos constatar pelo prefácio da nova edição brasileira publicada recentemente pela Editora Paz e Terra: “Ferro argumenta que a ficção cinematográfica não faz uso de um só discurso histórico – a história-memória, a História geral ou a História experimental – , mas escolhem as informações que parecem mais significativas no momento em que a obra é realizada. O cinema pode reproduzir o passado, mas é o presente que está no comando.”

Recentemente foi lançado um livro muito interessante para nós que estudamos esse assunto: Cinema e História: guia de filmes, de Alexandre Ayub Stephanou. O livro é na verdade uma indicação de títulos de filmes que podem ser trabalhados nas aulas de História. Entretanto o autor tem o cuidado de apresentar a sinopse de cada um, e bem didaticamente, expor de que maneira a obra cinematográfica pode ser trabalhada. Para o autor “a HistLivro história e cinemaória não é uma ciência que estuda o passado, é uma ciência que estuda a obra dos homens no tempo. Se a arte é o habitat natural e o sentido mágico que os homens deram aos seus símbolos e as suas representações, a história é a forma de decifrar esses símbolos e essas representações.”

Outro livro que quero citar é o já bem mais conhecido Como usar o cinema na sala de aula, de Marcos Napolitano. Trata-se aqui de um manual metodológico, onde lemos sobre como usar de maneira lúdica e construtiva o cinema como ferramenta pedagógica. A obra não trata apenas da relação entre cinema e História, pois cita filmes que podem ser usados em várias disciplinas, mas traz um capítulo abordando especificamente as disciplinas da área de ciência humanas.

como usar o cinema na sala de aula Considero essa leitura essencial para quem quer desenvolver qualquer atividade em sala de aula usando o cinema como recurso. Pois além de instigar idéias, sugerir atividades, ele nos leva a elaborar situações-problema muito úteis no cotidiano escolar. E nos chama a atenção para algumas armadilhas para onde o uso do cinema na educação pode nos levar. O cinema, claro, não substituirá a aula.

Para finalizar, cito também o livro O Cinema e o Ensino de História, de Renato Mocellin, que debate justamente o cinema como ferramenta didática, onde assim como Marcos Napolitano, é chamada a nossa atenção para os cuidados que devemos ter ao exibirmos os filmes e usá-los como apoio didático. Os filmes são também instrumento de dominação cultural. São produzidos intencionalmente e contém também erros histcinema e ensino de históriaóricos. O professor precisa também estar atento a tudo isso.

Pessoal, são apenas recomendações iniciais. Eu também ainda estou me dedicando a essas leituras, e quero ir compartilhando-as com vocês. Futuramente, penso em abrir uma postagem para que a gente possa discutir cada uma dessas obras. Uma de cada vez. Pode ser?

Ainda esse ano, quero postar também a indicação de alguns artigos que também tratam da relação entre Cinema e História. Também pretendo montar um grupo de estudos para discutirmos esse tema. O pessoal aqui de Brejo Santo que tiver interesse, procure-me no CEJA Joaquim Gomes Basílio, local onde realizamos as nossas exibições.

Concluindo essa postagem, deixo como sugestão o vídeo abaixo. Maravilhoso. Ele resume em poucos minutos a história centenária do cinema.

sábado, 10 de julho de 2010

EJA no CineHistória

Pessoal, chegamos em um ponto há muito desejado do nosso projeto: a inserção da EJA (Educação de Jovens e Adultos). A partir de agora os demais alunos do CEJA Joaquim Gomes Basílio serão incorporados aos poucos às nossas atividades.   Cinema e História

Quando formulei a proposta do projeto História e Cinema já pensava em trabalhar com todos os alunos da escola, no entanto, por uma questão circunstacial (que já foi explicada numa postagem anterior), comecei pelos alunos do projeto Revisão de Estudos, pois eles não tinham aulas às sextas-feiras, o que me permitiu contar sempre com a presença deles nesse dia. Como eles estavam se preparando para prestar vestibular, aproveitei para após as exibições aplicar um simulado sobre as questões abordadas pelo filme. Eles foram bem receptivos, pois sabem que algumas universidades já estão inclusive inserindo em seus cronogramas a lista de filmes que precisam ser assistidos como reforço do conteúdo de História. Cheguei a levar um desses guias para sala uma vez. IMG_0022

Segunda-feira, dia 14 de julho, reuni-me com as turmas da professora Margarida e da professora Ruth para apresentarmos formalmente o projeto. Os alunos demonstram compreender a proposta e mostraram-se receptivos. Fiquei empolgado. Falei sobre a relação entre História e Cinema numa perspectiva acadêmica e mostrei como ao longo dos anos os professores do ensino básico estão inserindo o filme como instrumento de apoio pedagógico. Estimulando, a partir dele, debates sobre temas da História. Mostrei o blog criado para a divulgação das atividades do projeto e sobre como fazer para participar dele. Nesse caso, acho, modestamente, que posso contribuir um pouco para a inclusão digital, posto que boa parte desses alunos não têm o hábito de manusear o computador. Fiz um apanhado dos filmes que exibi até aqui para os alunos do prevest e os convidei para se engajassem em nosso trabalho. DSC02771 Bem, os próximo passos: conversarei com as professoras Ruth e Margarida sobre os conteúdos que elas estão trabalhando em História para marcarmos algumas sessões com filmes que tenham relação com aquilo que estão expondo com a ajuda do material didático. Mas o primeiro filme já está escolhido. Será A Guerra do Fogo, posto que servirá também para um trabalho que as professoras Socorro Inácio e Geraldinha Camilo estão deselvendo na escola ligado a formação de leitores. IMG_0021 Para elas o objetivo com a exibição será trabalhar a linguagem falada e a não falada. Para mim e as professoras titulares de suas salas será mesmo a Pré-História. Esperamos iniciar mais efetivamente os trabalhos a partir de agosto, na volta das férias. Aliás, boas férias aos colegas do Projeto História e Cinema.

Obrigado a todos e até a próxima postagem!

Professor Josemar.