Desde que planejamos nossas atividades, eu não tive dúvidas que este ano conseguiríamos atingir nossos objetivos para o mês da consciência negra. Como foi dito na última postagem, desde outubro já tínhamos dado início as nossas atividades, com a escolha dos textos a serem discutidos nas salas da EJA presencial. Fizemos um amplo e detalhado cronograma, que seguimos praticamente a risca. O saldo foi mais que positivo. Vejam abaixo um resumo de tudo que o realizamos no CEJA Joaquim Gomes Basílio durante as comemorações do mês da Consciência Negra:
Como foi dito, nosso trabalho começou ainda em outubro, quando realizamos um planejamento pedagógico com as professoras envolvidas no Projeto História & Cinema, a coordenadora pedagógica Leda e o aluno colaborador José Marcelino da Rocha. Planejamos os objetivos do trabalho, metodologia, e claro, principalmente as ações que iríamos desenvolver. Um bom filme começa por um bom roteiro, e acho que foi isso que fizemos nessa reunião.
Já na semana seguinte, as professoras iniciaram a discussão dos textos com os alunos que havíamos previamente escolhido. Em resumo, os textos abordavam a história da lei 10.639/03 que trata da inclusão de conteúdos da história africana no currículo da educação básica, assim como história da África, escravidão, resistência e situação dos negros no Brasil de hoje. Discutiu-se bastante sobre a influência dos africanos na nossa cultura, ponto chave da nossa proposta.
A partir desses textos foram produzidos cartazes que serviriam depois para uma socialização em sala e expostos durante a culminância do projeto.
Convidamos a professora Maria de Fátima Alves para proferir uma palestra sobre o Dia Nacional da Consciência Negra. Fátima é uma das mais dedicadas pesquisadoras do assunto em Brejo Santo, e contribuiu muito para esclarecer aos alunos a importância do tema, bem como permitiu a eles conhecerem mais sobre a influência dos africanos em nossa sociedade. Agradecemos muito a sua imensa ajuda.
No dia 10 de novembro, tivemos a nossa sessão de cinema, com a exibição dos curtas O xadrez das cores e A incrível história da mulher que mudou de cor. Foi uma noite muito proveitosa, pois os alunos estavam muito receptivos ao debate. Na mesma noite exibimos alguns vídeos sobre a luta dos negros para serem reconhecidos na sociedade brasileira e apresentamos também imagens de ícones negros da nossa história.
Ao final das exibições, servimos um lanche tipicamente africano: pipoca (tudo a ver com o cinema também) e aluá, uma bebida muito consumida em nossa região há algumas décadas, mas que muita gente não sabia ser de origem africana.
Tivemos o imenso prazer de receber no CEJA Joaquim Gomes Basílio os alunos da Escola João Teles de Carvalho, que estavam pesquisando sobre história e cultura africana. Eles fizeram uma visita a biblioteca do CEJA e participaram de uma sessão extraordinária do nosso CineHistória. Acompanhados pela professora Socorro Inácio (também professora do CEJA), eles assistiram O Xadrez das cores e A incrível história da mulher que mudou de cor, antes exibidos para os alunos da EJA.
Na semana seguinte as exibições, levei os alunos da EJA presencial para explicar como eles postarão os comentários no blog.
Bem, chegamos então, a culminância do nosso projeto Brasil afrodescendente: conhecendo a nossa história. Felizes, gratificados, pois não adiantaria nada preparar um evento que não fosse espalhar todo um trabalho feito anteriormente. Como disse em minha fala durante o evento, não gosto de espetacularizações. Esse tipo de festa muitas vezes mascar (e muito bem) um trabalho que não existiu. Serve muito bem para vender um mal produto, se mal comparando. Não foi o nosso caso. O que realizamos foi de fato uma culminância, uma conclusão, uma celebração também, pois sabíamos que plantamos uma semente, um ponto de inquietação em nossos alunos.
Abaixo a coordenadora Maria Socorro Alves Patrício Moura (Leda) conduz o evento e agradece a participação das extensões do CEJA, salas da Educação de Jovens e Adultos coordenadas por nossa instituição, mas que funcionam em outros escolas.
Mas não fizemos apenas uma festa. Aproveitamos a oportunidade para também ensinar. Na verdade, poderíamos dizer que aprendemos, pois a apresentação do grupo de capoeira Esquiva, coordenado pela professora Socorro Jacó, encantou-nos a todos. Transmitiu a nós o imenso valor da cultura negra em nossa brasilidade. A música, a dança, a força da capoeita reflete a resistência dos africanos diante de tantas e cruéis adversidadas de que foram vítimas em nossa história.
Após a apresentação do grupo de capoeira, tivemos também a apresentação de um slide fotográfico, onde expusemos as imagens de todas as etapas de nosso trabalho, numa espécie de retrospectiva. Aproveitei a oportunidade para agradecer a participação dos alunos no projeto História e Cinema durante todo o ano.
Para encerrar Maria Rozita Pereira da Silva, aluna da professora Ruth, declamou, de sua própria autoria, um poema sobre a Consciência Negra.
Ao término do evento, foi servido um jantar típico, com baião de dois, paçoca, macaxeira e aluá.
Muito obrigado a todos os que contribuíram para o sucesso de nosso projeto. Acho que demos um passo adiante. Agradeço a Diretora do CEJA Maria do Carmo, a coordenadora Leda, ao diretor financeiro Josmey, bem como toda a equipe de professores, alunos, secretaria e demais funcionários que direta ou indiretamente colaboram com o Projeto História & Cinema. Valeu, pessoal, conto com vocês no próximo ano
Caro Professor Josemar:
ResponderExcluirAcredito na força do trabalho coletivo, principalmente no que diz respeito ao ensino aprendizagem. Não só você como toda a escola está de parabéns pela realização desse trabalho voltado para a consciência negra na construção da identidade de cada um de nós. Para mim, foi um aprendizado bastante significativo e cheio de surpresas.
Um abraço a todos os alunos e professores envolvidos e espero outros momentos como esse no próximo ano.
Saúde a todos!
Comentário feito pela coordenadora pedagógica do CEJA - Lêda
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